Novo presidente da Catalunha vai continuar caminho do independentismo
Mesmo sem Artur Mas como presidente da Catalunha, o Governo desta região autonómica do reino espanhol continuará a trilhar o caminho rumo à independência. Pelo menos é essa a garantia deCarles Puigdemont, que no domingo foi investido como o 130º presidente do Governo da Catalunha (Generalitat).
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O antigo autarca de Girona, que lamenta não poder terminar o mandato à frente daquela localidade catalã, foi o nome escolhido quando faltavam apenas duas horas para terminar o prazo para a investidura do novo presidente da Generalitat. Puigdemont foi eleito com os votos favoráveis da aliança Juntos pelo Sim e de oito deputados da CUP, sendo que dois parlamentares desta força soberanista se abstiveram.
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O processo de investidura do presidente da Generalitat prolongou-se devido ao impasse entre as forças independentistas da região, a aliança Juntos pelo Sim e a Candidatura de Unidade Popular (CUP), que em conjunto conseguiram alcançar a maioria absoluta nas eleições autonómicas realizadas no final de Setembro de 2015. Este acordo alcançado inextremis permitiu evitar a realização de novas eleições para a presidência da Generalitat.
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A CUP rejeitava apoiar a continuação de Mas à frente da Generalitat, com este partido soberanista e de extrema-esquerda a alegar que os casos de corrupção que envolvem Artur Mas poderiam ser prejudiciais para o pretendido processo independentista.
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Reconhecendo não estar à espera de ser escolhido para liderar os destinos da Catalunha, Carles Puigdemont prometeu que será "leal ao presidente Artur Mas" e assume como sua a missão de "negociar com o Estado espanhol" e com as instâncias europeias a constituição de um Estado independente da Catalunha.
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Antevendo que será o presidente da "pós-autonomia e pré-independência", Puigdemont referiu que o seu programa de Governo será o mesmo que foi anunciado em Novembro por Mas, então já presidente em funções da Generalitat. Esse programa assenta, no essencial, na moção parlamentar aprovada pela coligação Juntos pelo Sim e pela CUP que estabelece "o início do processo de criação do Estado catalão independente".
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Quanto aos avisos feitos pelo primeiro-ministro ainda em funções, Mariano Rajoy, que assegura que Madrid dispõe de todos os instrumentos para impedir a desintegração do reino espanhol, o novo presidente da Generalitat lamenta que Rajoy continue a pronunciar-se sobre a Catalunha mesmo sendo apenas chefe em funções do Executivo espanhol.
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Já o rei espanhol Felipe VI recusou receber a presidente do Parlamento da Catalunha, Carme Forcadell, que pedira para ser recebida para comunicar oficialmente ao monarca espanhol a investidura do novo presidente da Generalitat. A Casa Real solicitou que a comunicação seja feita por escrito.
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Ciatada pelo El Mundo, Forcadell lamentou os três meses que foram necessários para que os partidos soberanistas da Catalunha chegassem a acordo sobre o nome que deve liderar a região autonómica e, consequentemente, o processo independentista catalão.
"Temos que ser sinceros e admitir que estes três meses minaram o processo e a confiança, mas creio que esta confiança vai ser recuperada", sustentou Forcadell, que diz ter "esperança" de que Juntos pelo Sim e CUP deixem para trás as divergências em nome do interesse maior que passada pela indepência da Catalunha.
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