Ainda não há acordo. Zelensky fala em "divisões" sobre territórios controlados pelos russos
Os territórios ocupados e a resposta dos parceiros da Ucrânia em caso de nova invasão russa são questões que estão a dividir as negociações de paz.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse esta segunda-feira que continua a haver divisões sobre o futuro dos territórios do leste da Ucrânia que são controlados pelas forças russas depois da invasão de 24 de fevereiro de 2022.
Zelensky considera que ainda há "questões sensíveis" na discussão do plano de paz que está a ser mediado pelos EUA. "Existem visões dos EUA, da Rússia e da Ucrânia – e não temos uma visão unificada sobre o Donbas", exemplificou o líder ucraniano, numa entrevista à Bloomberg.
De recordar que atualmente a Rússia ocupa cerca de 20% do território ucraniano, com destaque para as regiões do leste do país, e que incluem as províncias de Luhansk e Donestsk, no Donbas, e ainda as regiões de Zaporizhia e Kherson, assim como a Crimeia, anexada pelos russos em 2014.
A manutenção dos territórios ocupados tem sido reclamada pelos russos como uma contrapartida necessária para um acordo de paz, uma ideia que os EUA chegaram a apoiar numa primeira versão do plano de paz, mas que depois acabou por sofrer alterações devido à pressão da Ucrânia e dos parceiros europeus sobre este tema.
Mas não é o único ponto de discórdia nas negociações, segundo Zelensky. "Existe uma questão que eu – e todos os ucranianos – queremos ver respondida: se a Rússia começar outra guerra, o que vão fazer os nossos parceiros?", questionou o Presidente ucraniano.
Isto porque outra das exigências russas para a paz é a não integração da Ucrânia na NATO, assim como a limitação da sua capacidade militar.
Volodymyr Zelensky vai esta segunda-feira reunir com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, num encontro que vai juntar ainda os líderes alemão e francês para discutir a nova proposta de paz dos EUA.
O encontro acontece um dia após Donald Trump ter dito estar "desiludido" com a postura ucraniana no processo de negociação de paz com a Rússia.
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