Líder da Coreia do Norte louva sangue derramado ao lado dos russos na Ucrânia
As estimativas apontam para 2.000 mortos entre as unidades do país liderado por Kim Jong Un, que terá chegado a ter no terreno entre 15 mil e 20 mil soldados.
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A Coreia do Norte e a Rússia partilham "sangue, vida e morte" na guerra na Ucrânia, enfatizou o líder norte-coreano Kim Jong Un, na sua mensagem de Ano Novo ao Presidente russo, Vladimir Putin.
Em mensagem publicada sexta-feira pela agência de notícias estatal norte-coreana KCNA, Kim afirmou que 2025 foi um "ano verdadeiramente significativo" para a aliança entre Pyongyang e Moscovo, fortalecida por terem "partilhado sangue, vida e morte na mesma trincheira".
Segundo os serviços de informação sul-coreanos e ocidentais, Pyongyang enviou milhares de soldados para combater ao lado de Moscovo durante a invasão da Ucrânia, que começou há quase quatro anos.
Na mensagem de Ano Novo de Vladimir Putin a Kim Jong-un, o líder russo comemorou a "entrada heroica" dos soldados norte-coreanos na guerra da Ucrânia.
A felicitação, enviada no passado dia 18 de dezembro, destaca ainda o tratado de parceria estratégica assinado entre os líderes no ano passado e apela ao reforço da "relação de amizade e aliança" bilateral.
A Coreia do Norte só em abril confirmou o envio de tropas para apoiar a campanha militar russa contra a Ucrânia e a morte de soldados norte-coreanos em combate.
No início de dezembro, Pyongyang admitiu ter enviado, em agosto de 2025, tropas para a região de Kursk, na Rússia, perto da fronteira com a Ucrânia e na altura sob ocupação de forças ucranianas.
A presença de militares norte-coreanos permitiu à Rússia passar à ofensiva para desalojar as tropas ocupantes ucranianas.
Pelo menos nove soldados de um regimento de engenharia foram mortos durante este destacamento de 120 dias, como reconheceu Kim Jong Un num discurso proferido em 13 de dezembro, após o regresso da unidade.
As estimativas de baixas divulgadas pelos serviços de informações sul-coreanos apontam para 2.000 mortos entre as unidades de Pyongyang, que terão chegado a ter no terreno entre 15 mil e 20 mil soldados.
O líder norte-coreano enviou felicitações de Ano Novo a Vladimir Putin um dia depois de ter ordenado o aumento da produção de mísseis para 2026.
Pyongyang aumentou significativamente os seus testes de mísseis nos últimos anos, que, segundo os analistas, visam melhorar as suas capacidades de ataque de precisão, desafiar os Estados Unidos e a Coreia do Sul e testar armas para exportação para a Rússia, sua aliada.
A Coreia do Norte e a Rússia estreitaram os seus laços desde que Moscovo invadiu a Ucrânia, em fevereiro de 2022.
Além de enviar tropas para combater pela Rússia, Pyongyang fornece a Moscovo projéteis de artilharia, mísseis e sistemas de foguetes de longo alcance.
Em troca, a Rússia envia à Coreia do Norte ajuda financeira, tecnologia militar e fornecimentos de alimentos e energia, de acordo com analistas.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
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