Lecornu reconduzido como primeiro-ministro de França
O Presidente francês, Emmanuel Macron, reconduziu Sébastien Lecornu no cargo de primeiro-ministro, depois de o antigo ministro da Defesa se ter demitido da liderança do Executivo gaulês no início desta semana.
Lecornu tem pela frente o desafio de conseguir garantir a aprovação de um orçamento do Estado para o próximo ano, num parlamento profundamente fraturado e com os partidos a mostrarem pouca flexibilidade para negociar o principal documento de política financeira do Estado. O partido de extrema-esquerda França Insubmissa já fez saber que deverá avançar com uma moção de censura na Assembleia Nacional na próxima semana, decisão que os socialistas também admitem.
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Lecornu deverá apresentar uma proposta de orçamento para 2026 na segunda-feira, dia 13 de outubro, com o objetivo de que seja aprovado até ao final do ano. Caso contrário, a Assembleia Nacional poderá ter de aprovar uma lei de emergência para manter o financiamento do Governo.
A renomeação é uma última tentativa de Macron de encontrar um equilíbrio político para evitar o colapso do próximo Executivo, o que provavelmente tornará inevitáveis eleições antecipadas e dará início a um novo período de instabilidade política no país.
Nesta segunda-feira, após Lecornu ter apresentado a sua demissão no seguimento da apresentação da composição do seu novo Governo, o Chefe de Estado gaulês deu ao antigo ministro da Defesa 48 horas para encontrar uma base de entendimento com os principais partidos da oposição, de forma a tentar garantir a viabilização do orçamento do Estado para 2026 e evitando eleições legislativas antecipadas.
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Na manhã desta quarta-feira, 8 de outubro, o primeiro-ministro demissionário já tinha dado pistas que apontavam para um possível entendimento com partidos da oposição, sendo que nesse mesmo dia, Lecornu confirmou que o Presidente francês teria condições para nomear um novo líder do Executivo até ao final do dia desta sexta-feira, 10 de outubro.
Resta agora saber se conseguirá manter-se no cargo e negociar um orçamento que seja viabilizado antes do final do ano, à medida que França se bate com um profundo desequlíbrio das contas públicas. Para já, a convocação de eleições legislativas antecipadas fica fora de cena, assim como a demissão do próprio Chefe de Estado - solução pedida por alguns partidos da oposição para desbloquear o impasse político que se vive no país.
No sistema político francês, o Presidente da República, que é o chefe de Estado e tem autoridade sobre a política externa e a segurança nacional, nomeia diretamente um primeiro-ministro como chefe do governo para administrar os assuntos internos.
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