Lecornu de saída espera que novo PM francês seja nomeado nas próximas 48 horas
Anúncio chega no limite dado por Macron para primeiro-ministro demissionário chegar a entendimento com partidos da oposição. Em declarações aos jornalistas, Lecornu disse que "há uma maioria absoluta na Assembleia Nacional que rejeita uma nova dissolução".
O primeiro-ministro demissionário de França, Sébastien Lecornu, afirmou ter feito progressos nas negociações com os grupos parlamentares franceses e espera que o Presidente Emmanuel Macron esteja em condições de nomear um novo primeiro-ministro nas próximas 48 horas, ou seja, até ao final de sexta-feira, dia 10 de outubro.
Em declarações aos jornalistas, Lecornu disse que "há possibilidades de um compromisso no parlamento" e que "há uma maioria absoluta na Assembleia Nacional que rejeita uma nova dissolução". Por agora, sabe-se que Lecornu não irá ficar à frente do Governo francês e que a opção de Macron irá recair sobre a nomeação de um novo primeiro-ministro, rejeitando, para já, a convocação de eleições legislativas antecipadas ou a demissão do próprio Chefe de Estado.
Os comentários de Lecornu oferecem esperanças de que o sistema político francês possa recuperar alguma estabilidade depois de ver três primeiros-ministros serem forçados a deixar o cargo desde dezembro do ano passado, com Lecornu a servir mesmo o mandato mais curto da Quinta República francesa.
No entanto, o caminho a seguir para qualquer novo governo estará repleto de obstáculos, uma vez que a Assembleia Nacional está dividida entre três blocos profundamente antagónicos que parecem não conseguir chegar a um entendimento sobre o orçamento do Estado para o próximo ano - documento que levou à demissão do antecessor de Sébastien Lecornu, François Bayrou.
O primeiro-ministro demissionário referiu ainda que "disse ao Presidente que a possibilidade de uma dissolução está a ficar cada vez mais distante" e que "a situação permite que Macron nomeie um primeiro-ministro nas próximas 48 horas".
Nesta segunda-feira, após Lecornu ter apresentado a sua demissão no seguimento da apresentação da composição do seu novo Governo, o Chefe de Estado gaulês deu ao antigo ministro da Defesa 48 horas para encontrar uma base de entendimento com os principais partidos da oposição, de forma a tentar garantir a viabilização do orçamento do Estado para 2026 e evitando eleições legislativas antecipadas.
Na manhã desta quarta-feira, o primeiro-ministro demissionário já tinha dado pistas que apontavam para um possível entendimento com partidos da oposição, o que, aliás, levou a que os índices bolsistas do Velho Continente tivessem fechado em alta. Lecornu disse esta manhã que as conversas que manteve com diversos partidos mostram uma "vontade partilhada" de que exista um orçamento do Estado aprovado até ao final do ano.
Isso, acrescentou, reduz a possibilidade de que haja uma dissolução do Parlamento e eleições antecipadas.
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