UE cede às exigências de Trump e acelera fim das tarifas a produtos industriais
A Comissão Europeia vai acelerar a legislação que permite ao bloco dos 27 países remover as tarifas aos produtos industriais importados dos EUA. Fontes próximas de Bruxelas contaram à Bloomberg que a União Europeia (UE) quer avançar com a retiradas destas taxas aduaneiras até ao final da semana, indo ao encontro de uma exigência de Donald Trump apresentada nas negociações para um acordo comercial.
O Presidente dos EUA afirmou que só iria baixa as tarifas sobre veículos e peças automóveis importados da UE, caso os 27 concordassem em remover as taxas aduaneiras sobre produtos industriais. Neste momento, o setor automóvel enfrenta tarifas de 27,5% na entrada em território norte-americano e Bruxelas está disposta a ceder a algumas exigências de Trump para ver esse valor baixar para 15% - como acontece com grande parte dos produtos europeus.
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A Comissão Europeia está ainda a avaliar reduzir ou eliminar as taxas aduaneiras para certos produtos agrícolas e para as exportações de marisco, segundo as mesmas fontes da agência financeira. No acordo comercial estabelecido entre os EUA e a UE ficou definido que alguns produtos estratégicos vão beneficiar de um "regime especial" e que isenta os produtos das tarifas máximas de 15%. Entre estes produtos está a cortiça – sendo Portugal o maior exportador mundial deste produto –, as aeronaves e peças de aeronaves, os medicamentos genéricos e também produtos químicos.
A UE já reconheceu que o acordo comercial tende a beneficiar os EUA, mas considera que era necessário para dar estabilidade às empresas europeias, com a líder da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a descrever o mesmo como um "forte, se não perfeito, acordo". Bruxelas está agora a tentar movimentar-se depressa para alinhar a sua política comercial com algumas das exigências de Trump e, para isso, deverá optar por não proceder com uma avaliação do impacto de remover as tarifas a produtos industriais - uma etapa normal neste tipo de situações.
Esta decisão acontece ainda numa altura em que o líder dos EUA tem ameaçado impor tarifas ou outro tipo de sanções a países que taxem e regulamentem o que considera ser em demasia as tecnológicas norte-americanas. Trump não especificou países, mas tem sido crítico da Lei dos Serviços Digitais da UE, que entrou em vigor em 2022 e que sustenta que 18 empresas do setor estão sujeitas a uma taxa de supervisão de 0,05% das receitas mundiais anuais.
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