A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse na quinta-feira aos líderes da UE, reunidos no Conselho Europeu, que está confiante que será alcançado um acordo com os EUA antes do prazo de 9 de julho, evitando uma escalada do conflito comercial que seria penalizadora economicamente, de acordo com fontes citadas pela Bloomberg.    

Von der Leyen disse que a Administração partilhou uma nova proposta esta semana. Durante as discussões, houve uma mudança de tom entre os líderes europeus, em que muitos disseram que estão dispostos a aceitar algum grau de desequilíbrio num acordo comercial para evitar a escalada, de acordo com as fontes citadas pela agência.

Um porta-voz da Comissão Europeia sobre as questões comerciais não respondeu a um pedido de comentário da Bloomberg.

Na quinta-feira, o secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, também manifestou o seu otimismo quanto a um acordo, dizendo numa entrevista à Bloomberg TV que o ritmo das negociações com a UE acelerou “depois de um início lento”, estabelecendo as bases para um acordo.       

“A Europa fez um excelente trabalho, estão a esforçar-se muito”, disse Lutnick. “Estou otimista, penso que podemos chegar a acordo agora”, embora tenha dito também que o acordo com a UE deve ser dos últimos a ser alcançado, uma vez que o bloco é um dos maiores parceiros comerciais dos EUA e que as matérias em discussão são complexas.               

Um acordo antes de 9 de julho, quando termina o prazo dado pela Administração Trump para a pausa na aplicação das chamadas tarifas recíprocas, evitaria a imposição de taxas de pelo menos 20% sobre os produtos da UE exportados para os EUA. O bloco europeu também anunciou uma série de medidas de retaliação sobre a importação de bens norte-americanos.

Também na quinta-feira, mas em conferência de imprensa, Von der Leyen mostrou-se menos confiante, alertando que a UE está a preparar-se para a possibilidade de não haver um "entendimento satisfatório", prometendo defender os interesses europeus.

"Hoje, recebemos o mais recente documento dos EUA para prosseguir com as negociações e estamos a analisá-lo neste momento", começou por dizer após o primeira dia do Conselho Europeu, dedicado em parte a assuntos de competitividade económica, em Bruxelas.

E deixou o alerta: "A nossa mensagem de hoje é clara: estamos prontos para chegar a um acordo, mas, ao mesmo tempo, estamos a preparar-nos para a possibilidade de não se alcançar um entendimento satisfatório".