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Indústria alemã eliminou quase 250 mil postos de trabalho em seis anos

A crise industrial na maior economia da Zona Euro tem vindo a acelerar e, desde 2019, já levou ao desaparecimento de um quarto de milhão de postos de trabalho. O setor automóvel é o mais afetado.

Indústria alemã eliminou quase 250 mil postos de trabalho em seis anos
Indústria alemã eliminou quase 250 mil postos de trabalho em seis anos Filip Singer/EPA
26 de Agosto de 2025 às 12:37

A economia alemã está em recessão e o setor industrial encontra-se no centro desta crise. Desde 2019, a indústria germânica viu desaparecer quase 250 mil postos de trabalho, de acordo com um novo estudo da consultora EY, que indica que, só no segundo trimestre deste ano, o decréscimo foi de 2,1% comparado com o período homólogo. No final de junho de 2025, existiam cerca 5,43 milhões de pessoas a trabalhar em empresas ligadas à indústria do país - um valor que compara com os 5,67 milhões de postos de trabalho existentes em 2019.

O setor automóvel é o mais afetado por esta crise, tendo perdido 6,7% da sua força laboral no segundo trimestre deste ano. Em termos absolutos, foram perdidos aproximadamente 51.500 postos de trabalho só num ano e apenas nas fabricantes de automóveis e partes para veículos alemãs, numa altura em que o setor enfrenta competição crescente da Ásia e tem tido dificuldades a lidar com os custos da transição energética.

Empresas como a Volkswagen, a Mercedes e a Continental figuram na lista de nomes que têm visto a sua força laboral diminuir consideravelmente. E esta redução de postos de trabalho está a ser acompanhada por um decréscimo considerável nas receitas, com as empresas ligadas ao ramo industrial da economia alemã a verem as vendas cair 2,1% entre abril e junho de 2025 - depois de já terem deslizado 0,2% no trimestre anterior, reforça o estudo da EY. 

Na semana passada, o instituto de estatística nacional Destatis revelou que a economia alemã voltou a registar uma queda no segundo trimestre do ano, depois de ter arrancado um ano com um ligeiro aceleramento. Entre abril e junho, o PIB alemão, ajustado das variações de preços, sazonais e de calendário, caiu 0,3%, com a produção industrial a observar um desenvolvimento menos favorável do que tinha sido estimado inicialmente.

De acordo com o relatório mensal do Bundesbank, o banco central da Alemanha, o terceiro trimestre do ano deverá ser, novamente, de estagnação, com o supervisor a citar a incerteza internacional, nomeadamente com as tarifas da administração Trump, como uma das razões que justificam a dificuldade da economia germânica em descolar. No entanto, o Bundesbank acredita que esta incerteza diminuiu um pouco após o .

Em abril, um estudo Instituto Alemão de Economia de Colónia (IW) já alertava que "mais de uma em cada três empresas prevê investir menos este ano do que em 2024, e cerca de 35% das empresas planeiam reduzir os postos de trabalho", com o tecido empresarial do país a prever que a situação não mude tão cedo. O IW admite que desde o outono de 2023, as expetativas das empresas têm sido "sombrias", com os piores resultados desde a crise dos mercados financeiros mundiais a serem registados no final de 2024.

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