Bruxelas aprova segunda reprogramação do PRR "sem grandes alterações"

Comissão Europeia deu um parecer positiva à proposta de reprogramação do PRR português. Em causa está a retirada de investimentos cuja execução não deverá estar concluída até 2026, que serão compensados com novos investimentos. Documento aguarda agora aprovação do Conselho.
Conselho Europeu
Joana Almeida 11 de Abril de 2025 às 15:56

A Comissão Europeia aprovou esta sexta-feira, "sem grandes alterações", a segunda reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Este é o primeiro passo para a aprovação das "emendas" que Portugal quer fazer ao PRR, que visam retirar projetos que implicam grandes obras e integrar novos investimentos para garantir que os 22,2 mil milhões de euros do plano português são aproveitados até ao último cêntimo.

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O anúncio foi feito pelo presidente da estrutura de missão Recuperar Portugal – que gere e coordena a implementação da bazuca europeia em Portugal –, Fernando Alfaiate, no evento "PRR+Perto" em Lisboa. "Apresentámos uma reprogramação à Comissão Europeia, que hoje [sexta-feira] Portugal obteve a sua aprovação", referiu Fernando Alfaiate, adiantando que a reprogramação foi aprovada não sofreu grandes alterações.

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O plano de reprogramação nacional prevê a entrada de novos investimentos no PRR valor de 1.480 milhões de euros para compensar a retirada de projetos como a barragem do Pisão, a dessalinizadora do Algarve, uma parte do parque habitacional a preços acessíveis ou a expansão do metro de Lisboa. Essas obras vão continuar, mas com fontes de financiamento alternativas, como o Portugal 2030, empréstimos do Banco Europeu de Investimento (BEI) ou o Orçamento do Estado.

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Entre os novos investimentos previstos estão sobretudo aquisições de equipamentos, nomeadamente para hospitais, universidades, creches e lares de idosos, e que são mais fáceis de concretizar até ao verão de 2026, data final para executar investimentos do PRR. Além disso, está prevista a criação do "ChatGPT português", a criação de novos apoios a projetos inovadores e de investigação e desenvolvimento (I&D) e a promoção da aplicação de inteligência artificial nas PME.

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Depois desta avaliação preliminar positiva, a segunda reprogramação do PRR tem ainda de ser aprovada pelo Conselho Europeu e só depois haverá uma decisão final da Comissão Europeia

Fernando Alfaiate destacou que, concluído esse processo, "será possível aprovar também o sexto pedido" de pagamento do PRR, que foi submetido a Bruxelas sem estarem concluídos todos os marcos e metas, associados a investimentos e reformas. A ideia é que, com a reprogramação, alguns dos compromissos que não foram possíveis de cumprir sejam retirados e substituídos por outros que estão já em fase mais avançada. 

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O Governo já anunciou que espera avançar com o sétimo pedido de pagamento ainda este mês. Já o oitavo pedido deverá ser submetido à Comissão Europeia "neste outono", segundo Fernando Alfaiate. O presidente da estrutura de missão avançou que estão a ser preparados já "alguns diagnósticos e pontos de situação sobre esse pedido". 

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Desde que a Comissão Europeia abriu a porta a novas alterações ao PRR em julho, 21 países apresentaram planos de reprogramação, incluindo Portugal, para emendar reformas e investimentos previstos realizar com a chamada bazuca, segundo um levantamento feito pelo Negócios. Apenas seis não o fizeram – França, Bulgária, Roménia, Estónia, Malta e Hungria –, mas podem ainda fazê-lo para evitar a perda de fundos.

Além de Portugal – que vê agora a reprogramação dar um passo decisivo para poder ser implementada –, outros três países tiveram as suas propostas de reprogramação do PRR aprovadas desde o início deste ano. Dos 21 países que enviaram planos para reprogramar verbas, oito estão ainda a aguardar resposta da Comissão Europeia. É o caso de Espanha, Itália, Países Baixos, Polónia, Áustria, Lituânia, Eslováquia e Chipre. 

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