Fisco tem 122 processos a bancos devido a erros sobre transferências para paraísos fiscais
A Autoridade Tributária detectou 122 falhas na informação que as instituições financeiras têm de lhe entregar. É este o número de autos de notícia que foram levantados relativamente aos dados referentes ao ano passado, revela o jornal Público. No ano anterior, tinham sido 9.
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De acordo com as explicações dadas pelo jornal, os 122 autos dizem respeito a 122 declarações onde foram detectadas falhas. Muitas podem ser das mesmsa instituições financeiras, tendo em conta que estão em causa vários anos (a partir de 2014).
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Isto porque as declarações sobre fluxos para paraísos fiscais (Suíça, Hong Hong, Emirados Árabes Unidos, são os principais destinos das transferências nacionais) tinham erros, o que obrigou a declarações de substituição, ou foram entregues fora de prazo, havendo também dados incompletos e incorrectos, na óptica do Fisco. No ano passado, foram clarificadas instruções de preenchimento do modelo 38, que deve conter esta informação, nomeadamente para que o reporte seja não só de transferências superiores a 12,5 mil euros, mas também de fluxos que, embora separados, em termos agregados, superem aquele montante.
Certo é que o Governo considera que as eventuais coimas a aplicar por conta destes procedimentos desencadeados pelo Fisco não são dissuasoras, por dificilmente superarem os 5.625 euros, segundo o Público. Razão para que o gabinete de António Mendonça Mendes tenha pedido para que a Autoridade Tributária estude alterações legislativas à Lei Geral Tributária relativamente à entrega do modelo 38, e que aplique as coimas em função do volume de negócios de cada banco.
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No ano passado, foram transferidas para "off-shores" 10,6 mil milhões de euros, a grande maioria para a Suíça, segundo os dados do Portal das Finanças, divulgados na segunda-feira. Em 2016, tinham sido 10,4 mil milhões.
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Contudo, tendo em conta os procedimentos em curso, o Fisco admite que os dados podem vir a ser alvo de revisão: "Tendo sido instaurados diversos procedimentos contraordenacionais na sequência destas correções, que se encontram em averiguação, os dados ora publicados poderão ainda vir eventualmente a ser objecto de revisão", indicam os dados divulgados no Portal das Finanças.
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