Conselho Superior de Magistratura investiga juiz que recusou candidatura de Isaltino Morais
O Conselho Superior de Magistratura vai investigar a independência do juiz que recusou a candidatura de Isaltino Morais à Câmara Municipal de Oeiras. Na origem do inquérito estão acusações do candidato de que o juiz é amigo próximo de Paulo Vistas, actual presidente e recandidato ao cargo, apresentando por isso um conflito de interesses na matéria.
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A investigação aberta pelo órgão de fiscalização dos juízes foi informada esta quarta-feira, 9 de Agosto, através de comunicado à imprensa. "Face a notícias veiculadas na comunicação social sobre alegada relação de proximidade entre o juiz que apreciou parte do processo eleitoral relativo às autarquias locais de Oeiras e um candidato a essas eleições, informa-se que o Conselho Superior de Magistratura determinou a abertura de um inquérito, para cabal apuramento da situação", adiantou o organismo.
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De acordo com o Isaltino Morais, que já foi presidente daquela câmara, a imparcialidade do juiz para apreciar a sua candidatura é posta em causa pelo facto de este ser padrinho de casamento de Paulo Vistas.
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Paulo Vistas foi seu vice-presidente e venceu as últimas eleições autárquicas de 2013 pelo movimento "Isaltino, Oeiras Mais À Frente". O atual presidente da Câmara "abandonou" Isaltino e vai recandidatar-se nas próximas eleições pelo movimento "Independentes, Oeiras Mais À Frente".
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As 31.000 assinaturas recolhidas pelo candidato do movimento "Isaltino - Inovar Oeiras de Volta" foram entregues na semana passada, mas um despacho do juiz Nuno Cardoso refere que não estão devidamente identificados os candidatos apresentados na lista.
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Em conferência de imprensa na terça-feira à noite, Isaltino Morais confirmou que já foi notificado pelo Tribunal e garantiu que cumpriu a lei e, por isso, vai recorrer, levantando ainda suspeitas de que a decisão do juiz poderá estar relacionada com relação de amizade com o actual presidente da Câmara de Oeiras e também candidato, Paulo Vistas.
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"A nossa candidatura respeitou escrupulosamente a lei ao seu mais ínfimo pormenor. Ao longo do processo de recolha de assinaturas e em todos os pontos de recolha, a candidatura do grupo de cidadãos eleitores teve presente a lista de todos os candidatos com vista a que todos conhecessem a lista inequivocamente", assegurou Isaltino Morais.
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O ex-autarca, que em Abril anunciou o seu regresso à Política como candidato à Câmara de Oeiras depois de ter sido preso, considerou que "rejeitar a candidatura é um absoluto desrespeito pelos milhares de cidadãos que livremente a subscreveram".
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Isaltino Morais disse também estranhar a decisão do juiz, acusando a candidatura de Paulo Vistas (seu antigo antecessor e actual adversário) de não ter apresentado nenhuma lista de candidatos, havendo um auto da PSP que o prova.
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Para as eleições de 1 de Outubro em Oeiras foram já anunciados como candidatos, além de Isaltino Morais, Paulo Vistas (IOMAF), Heloísa Apolónia (CDU), Pedro Perestrello (PNR), Ângelo Pereira (PSD,CDS-PP), Joaquim Raposo (PS), Pedro Torres (PAN), Miguel Pinto (BE) e Sónia Amado Gonçalves (movimento Renascer Oeiras 2017).
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