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Presidente da Vicaima assume responsabilidades em processo de fraude e repõe dinheiro

Além de Arlindo da Costa Leite, estão sentados no banco dos réus a sua mãe e um irmão, para além de outros 42 arguidos, incluindo 14 empresas, que estão acusados dos mesmos crimes.

Arlindo da Costa Leite assume fraude milionária da Vicaima em Espinho
Arlindo da Costa Leite assume fraude milionária da Vicaima em Espinho DR
12 de Novembro de 2025 às 13:59

O presidente da Vicaima assumiu esta quarta-feira as responsabilidades relativamente aos factos que lhe são imputados num processo de fraude milionária que começou a ser julgado em Espinho, afirmando que já foram repostas as verbas de que se apropriaram ilicitamente.

"Quero assumir todas as responsabilidades empresariais e também em termos pessoais", disse Arlindo da Costa Leite, durante a primeira sessão do julgamento em que responde por um crime de fraude qualificada na forma continuada e outro de fraude na obtenção de subsídio ou subvenção.

Além de Arlindo da Costa Leite, estão sentados no banco dos réus a sua mãe e um irmão, para além de outros 42 arguidos, incluindo 14 empresas, que estão acusados dos mesmos crimes.

Numa curta intervenção inicial, o presidente do grupo sediado em Vale de Cambra, no distrito de Aveiro, referiu que quando teve conhecimento do processo, foram dadas instruções para se pagar tudo aquilo que deviam e regularizar toda a situação junto da Autoridade Tributária e da Segurança Social.

O arguido afirmou também que devolveram todo o dinheiro que tinham recebido dos subsídios do IAPMEI e, em termos pessoais, repôs nas empresas tudo o que tinha absorvido destas, tendo pagado também os devidos juros.

Arlindo da Costa Leite lamentou ainda profundamente esta situação e pediu desculpa aos restantes arguidos por tê-los envolvido neste processo, assegurando que jamais uma situação como esta voltará a acontecer nas empresas do grupo.

"Com comoção e consciência, quero dizer que se o meu pai fosse vivo teria tido um embaraço muito grande em ter comunicado estas situações, mas da mesma forma que estou aqui a dar a cara hoje teria feito exatamente o mesmo", disse o arguido.

O juiz presidente referiu que a questão dos pagamentos que foram feitos é relevante para a decisão que irá ser proferida pelo tribunal e poderá aliviar a produção de prova e torná-la mais suave e mais rápida.

A acusação do Ministério Público (MP) diz que os arguidos recorreram a um esquema de faturação falsa para obterem benefícios de natureza fiscal e financeira ilegítimos, nomeadamente para pagar despesas de natureza pessoal de elementos da administração e acionistas do grupo Vicaima, através de "uma atuação consciente e deliberada para dissimular ou descaracterizar as operações ou ocultar os seus beneficiários".

Esta atuação, segundo os investigadores, abrangeu a construção, manutenção ou benfeitorias de imóveis particulares, a utilização de pessoal dos quadros da empresa para assegurar funções domésticas no interesse exclusivo de acionistas e administradores, bem como viagens de turismo e lazer em favor de acionistas e administradores e seus familiares.

Do ponto de vista financeiro, o MP diz que estas práticas conduziram à descapitalização da empresa, que, na esmagadora maioria das situações, tiveram como beneficiário final e efetivo o presidente da Vicaima e os acionistas indiretos, nomeadamente a sua mãe e irmão.

O MP estima que os três principais arguidos e as empresas, sob controlo da família, terão obtido benefícios ilegítimos superiores a quatro milhões de euros, entre 2010 a 2013.

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