Economist: Financiamento do Banco Mundial mostra que Moçambique consegue ir aos mercados
"O acordo é importante porque confirma a nossa opinião de que projectos liderados pelo Estado em Moçambique ainda conseguem ter acesso a algum financiamento concessional, apesar de o Governo estar em incumprimento financeiro nos títulos de dívida soberana e de o Fundo Monetário Internacional considerar que o país está com dificuldades na dívida ['debt distress']", escrevem os peritos da unidade de análise da revista britânica The Economist.
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No comentário ao acordo, enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso, os analistas consideram que o financiamento de quase 190 milhões de dólares (cerca de 152 milhões de euros) dados pelo braço financeiro do Banco Mundial à Central Térmica de Ressano Garcia, detida pela Electricidade de Moçambique (51%) e pela sul-africana Sasol (49%), é um bom prenúncio para outros investimentos.
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"Isto é positivo para o desenvolvimento previsto de outros projectos de infra-estrutura, apesar de não alterar a nossa previsão, segundo a qual o Governo propriamente dito vai ter dificuldades em mobilizar financiamentos internacionais", dizem os analistas.
Na análise, a EIU salienta ainda que o acordo mostra que as finanças da EDM "ainda são suficientemente sólidas para garantir aos investidores a sua capacidade de pagar as dívidas" e, por último, que é um impulso financeiro para a sul-africana Sasol.
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A central térmica representou um investimento de 250 milhões de dólares (204 milhões de euros) e é abastecida com gás natural explorado pela Sasol em Pande e Temane, na província de Inhambane.
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O gás é transportado por um gasoduto de 865 quilómetros até junto da fronteira da África do Sul, onde alimenta 18 turbinas a gás com uma capacidade de produção de 175 megawatts de electricidade destinada sobretudo à zona sul de Moçambique.
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