França rejeita interferência em empresas pelas autoridades dos Estados Unidos

Carta enviada pela embaixada dos EUA em Paris no centro da polémica. "Esta é uma forma de interferência", disse, ministra da Igualdade de Género de França, Aurore Bergé, em entrevista ao canal BFM TV.
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Lusa 30 de Março de 2025 às 13:51

O Governo francês rejeitou este domingo o ultimato realizado pelos Estados Unidos a várias empresas francesas, através de uma carta enviada pela sua embaixada em França, exigindo que respeitem a política antidiversidade do Governo norte-americano.

"Esta é uma forma de interferência", disse, ministra da Igualdade de Género e Combate à Discriminação de França, Aurore Bergé, em entrevista ao canal BFM TV.

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A governante classificou a carta como um "ultimato" e disse tratar-se de uma forma de "impor uma ordem", mas sublinhou que as empresas do país continuarão a respeitar as leis francesas, incluindo as políticas que promovem a igualdade e combatem a discriminação.

"Felizmente, as empresas francesas não querem alterar as regras do jogo", afirmou Aurore Bergé, lembrando ainda que os consumidores recompensam as empresas que seguem princípios éticos. Não é apenas uma questão de "interesse comercial", disse, mas também de "valores" que devem ser defendidos ao nível europeu.

A carta recebida por vários grupos empresariais franceses destaca um decreto assinado pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, que proíbe todas as formas de ação afirmativa em favor da diversidade e da igualdade de género.

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É uma política que "também se aplica obrigatoriamente a todos os fornecedores e prestadores de serviços do Governo dos Estados Unidos da América, independentemente da sua nacionalidade ou do país em que operam", referiu a carta, citada pelo jornal Le Monde.

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