China só divulga conteúdo do acordo com EUA após assinatura
A China remete explicações sobre o acordo com os EUA para depois da assinatura do documento. Os mercados já festejaram os avanços das negociações, com as bolsas a atingirem máximos históricos, mas são poucos os pormenores conhecidos, crescendo a dúvida sobre se este é um acordo mais estrutural ou apenas umas tréguas temporárias.
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O porta-voz do Ministério do Comércio chinês, Gao Feng, afirmou esta quinta-feira, 19 de dezembro, citado pela Bloomberg, que as equipas de negociação dos EUA e da China estão em contacto permanente sobre a assinatura da fase um do acordo comercial parcial, confirmando que só após a assinatura formal é que Pequim revelará o conteúdo do acordo.
Perante a existência de várias dúvidas por responder, há quem especule que o que foi alcançado entre Washington e Pequim foram umas tréguas e não um acordo mais definitivo. "Continua a haver mais perguntas do que respostas", salientou Chris Krueger, da Cowen, à CNBC. É "mais uma trégua comercial do que um acordo", acrescentou.
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Também Mohamed El-Erian, economista-chefe da seguradora Allianz, disse que este era um "mini acordo", que deveria ser visto mais como umas "tréguas temporárias e reversíveis" do que uma resolução geral do conflito comercial.
Para já, existe apenas uma certeza: as tarifas dos EUA sobre bens chineses programadas para 15 de dezembro (domingo passado) não entraram em vigor. A China também não aplicou as tarifas retaliatórias que já tinha na calha.
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Hoje, o Ministério das Finanças chinês divulgou uma nova lista de exceções às tarifas sobre as importações de bens norte-americanos. Em causa estão seis produtos petrolíferas e químicos que ficam excluídos da aplicação de tarifas, segundo a Reuters. Empresas como a Exxon Mobil ou a Chevron Phillips Chemical serão beneficiadas por esta medida.
Antes de ter sido anunciado o acordo entre os EUA e a China, Pequim já tinha isentado de tarifas a importação de soja e porcos dos EUA.
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De acordo com o The Guardian, o representante dos EUA para o Comércio, Robert Lighthizer, garante que a China aceitou comprar mais 200 mil milhões de dólares de bens e serviços aos EUA nos próximos dois anos. Além disso, Lighthizer revelou que o Governo chinês terá de efetuar "reformas estruturais" às suas práticas em várias áreas: propriedade intelectual, transferência tecnológica, agricultura, serviços financeiros, divisa e taxa de câmbio.
Em troca, Washington deverá reverter algumas tarifas sobre bens chineses que foi introduzindo ao longo do último ano e meio em que a disputa comercial dominou a agenda mediática internacional. Mas as dúvidas mantêm-se dado que, por exemplo, na conferência de imprensa chinesa em que foi confirmado o acordo nada foi dito sobre o alegado compromisso de Pequim de comprar 50 mil milhões de dólares em bens agrícolas.
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