BCE pode voltar a cortar juros após descida prevista para esta quinta-feira
O receio causado pelos riscos de deflação, cuja probabilidade aumentou depois de esta terça-feira o Eurostat ter revelado que a taxa de inflação na Zona Euro avançou 0,5% em Maio, deve levar a uma nova redução da taxa de juro de referência do Banco Central Europeu (BCE) e que será anunciada já amanhã, quinta-feira, 5 de Maio.
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Mario Draghi, presidente do BCE, tem assegurado nas últimas semanas que o banco central irá agir caso surjam riscos de deflação no seio da Zona Euro. A quebra do avanço dos preços do consumidor de 0,7% verificados em Abril para 0,5% no mês passado, deve fazer com que Draghi assinale uma redução de 10 ou 15 pontos base na taxa de juro de referência que se encontra em mínimos históricos de 0,25%, segundo avançaram duas fontes do BCE à Bloomberg.
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De acordo com estas fontes, o corte de 10 ou 15 pontos base na taxa de juro de referência do BCE pode também ser aplicado na taxa dos depósitos. Como o juro que o BCE paga aos bancos pelos depósitos que estes fazem na autoridade monetária já está em 0%, caso o BCE avance com esta descida, será a primeira vez que um banco central estabelece taxas de juro negativas para os depósitos.
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Os dois responsáveis não identificados do banco central referem ainda que estes cortes poderão não ser os últimos até ao final de 2014, caso persistam as tendências de níveis de inflação muito baixos.
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Como contributo para a aproximação dos níveis inflacionários para próximo da meta definida como ideal pela autoridade monetária, que é em torno de 2%, e para fomentar o crescimento económico, a instituição liderada por Draghi poderá também garantir um pacote de apoios que permita facilitar o crédito e a liquidez às pequenas e médias empresas.
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Para garantir que os apoios concedidos pela autoridade monetária aos bancos possa ser canalizado para as empresas de menor dimensão, o BCE estará na disposição de garantir, às diversas instituições financeiras, 5% dos créditos concedidos pelas mesmas às PME.
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No fórum do BCE em Sintra na semana passada, Draghi assinalou que o mecanismo de transmissão da política monetária não está a funcionar, o que significa que o crédito não está a chegar a empresas de menor dimensão, principalmente nas economias periféricas. "As restrições de oferta permanecem especialmente fortes para as PME em países sob stress", referiu segunda-feira Mario Draghi, acrescentando que "a percentagem de PME viáveis, mas constrangidas financeiramente […] varia de um mínimo de 1% na Alemanha e Áustria até um quarto da população total [de PME viáveis] em Espanha, até um terço em Portugal", avançou, na reunião que decorreu em Sintra.
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Ainda de acordo com uma das fontes contactadas pela Bloomberg, a previsão de 1% de inflação em 2014, que data de Março, será reduzida de forma significativa. Recorde-se que nessa altura o italiano Draghi previra que os níveis de inflação acelerariam para 1,3% em 2015 e 1,5% em 2016, níveis já bastante próximos da meta estabelecida de 2%.
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