Montenegro antecipa uma negociação "simples" do OE 2026, mas deixa avisos à oposição

Primeiro-ministro promete "falar com todos" e "integrar pontos de vista da oposição", mas sem que o documento seja uma "manta de retalhos" e uma "salgalhada de alterações às leis". Voltou a garantir que haverá novo excedente este ano.
Luís Montenegro discursa no evento UV'25 em Castelo de Vide
Nuno Veiga/Lusa
Paulo Ribeiro Pinto 31 de Agosto de 2025 às 13:59

O primeiro-ministro acredita que a discussão do Orçamento do Estado (OE) para 2026 será "simples", garante que vai dialogar com "todos", prometendo incluir medidas da oposição, mas lembrou que o documento é um "instrumento" para executar o programa do Governo.

No encerramento da Universidade de Verão do PSD, em Castelo de Vide, este domingo, Luís Montenegro antecipou "uma discussão relativamente simples" do OE 2026, "desde logo porque está mais simples". Para o chefe do Executivo, o Orçamento não pode, no entanto, "ser uma manta de retalhos da política governativa. Não pode ser uma salgalhada de alterações às leis e às políticas fundamentais, incluindo a política fiscal. O Orçamento deve ser aquilo que na essência é: um instrumento para o Estado organizar as suas receitas e as suas despesas e promover políticas que estavam definidas."

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Reconhecendo que o Governo não é "infalível", mas que até "merecia as palmas" da oposição, Montenegro pediu que não sejam traçadas linhas vermelhas e que haja "moderação". "Nós estamos disponíveis para ouvir as oposições. Estamos disponíveis para integrar pontos de vista das oposições", indicou.

Mas deixou um aviso aos partidos da oposição: "Aqueles que se prenderem apenas às jogadas políticas e à gestão comunicacional vão falhar ao país. Vão falhar às pessoas e as pessoas não se vão esquecer disso", manifestando-se pouco preocupado com "aquilo que são os mexericos da política, que tanta atenção merecem e que preenchem tanta da intervenção de muitos intervenientes."

Lamentando que tenha passado quase despercebido o na passada sexta-feira e a nota de avaliação, o primeiro-ministro voltou a garantir que o país chegará ao final deste ano com um excedente das contas públicas. "Os números que temos, dão-nos todas as razões para tirar esta conclusão", indicou, referindo-se aos dados da . Para Luís Montenegro, a S&P "olhou para a economia e disse que este país está resiliente e com um ritmo de crescimento mais elevado do que os seus parceiros."

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Para este ano, o Governo prevê um excedente de 0,3% do produto interno bruto (PIB) e um crescimento real de 2,4%. 

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