Projeções: PS vence sem maioria e basta-lhe BE, CDU e, ou, PAN para governar

A projeção à boca das urnas feita pela Intercampus para a CMTV dá a vitória ao PS com 36,3% dos votos, um resultado que deixa os socialistas aquém da maioria absoluta. O PSD consegue 27,9%, o Bloco de Esquerda 9,9% e a CDU 6,3%. O CDS fica à frente do PAN mas arrisca eleger menos deputados do que o partido de André Silva. PS pode formar maioria só com apoio do Bloco ou da CDU.
Mário Cruz/Lusa
David Santiago 06 de Outubro de 2019 às 20:02

O PS ganha as legislativas, mas sem maioria absoluta. PSD fica em segundo, Bloco em terceiro e CDU em quarto. O CDS deve ficar à frente do PAN, porém os centristas arriscam eleger menos deputados do que o partido liderado por André Silva.

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Para garantir apoio parlamentar maioritário, ao PS basta juntar-se ao Bloco e, ou, à CDU, porém o intervalo mínimo de votação dos socialistas e da aliança entre comunistas e ecologistas pode não chegar aos 116 deputados.

São estas as conclusões principais da projeção à boca das urnas da Intercampus para a CMTV.

Segundo esta projeção, o PS garante uma votação entre 33,30% e 39,30% (valor médio é 36,3%), elegendo entre 102 e 114 deputados (valor médio é 108 mandatos). Qualquer destes resultados garante aos socialistas um resultado mais robusto face às legislativas de 2015 em que não foi além dos 32,31%. 

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O PSD obtém entre 24,90% e 30,90% (valor médio é de 27,9%), elegendo entre 75 e 87 deputados (valor médio dá 81 assentos), enquanto na terceira posição o Bloco de Esquerda consegue 7,9%-11,9% (9,9%), o que garante aos bloquistas entre 16 e 22 deputados (19 é o valor médio).

Em quarto, a CDU alcança entre 4,3% e 8,3% (6,3%), o que se traduz em 8 a 14 mandatos (11).

Renhida é a luta pelo quinto lugar, com CDS e PAN muito próximos. Os centristas obtêm entre 2,8% e 5,8% (4,3%) – 3 a 7 deputados (5) – e o PAN consegue 2,3%-5,3% (3,8%), o que lhe permitirá eleger entre 4 e 8 mandatos (6 é o valor médio).

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Esta projeção da Intercampus coloca ainda em cima da mesa a possibilidade de a Iniciativa Liberal eleger 1 ou 2 deputados, e de Livre e Chega assegurarem um mandato cada.

As restantes projeções feitas à boca das urnas apontam para resultados em linha com os da sondagem da Intercampus. Todas dão uma vitória clara ao PS sem maioria absoluta, exceção feita à projeção da SIC que, no limiar máximo, ainda mantém aberta a porta a essa possibilidade. 

Onde começam a surgir as divergências entre as quatro projeções divulgadas é no número de partidos necessários para que o PS garanta apoio parlamentar maioritário de, no mínimo, 116 deputados.

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Enquanto a projeção da Intercampus coloca a possibilidade de bastar ao PS o Bloco ou a CDU (neste caso apenas nos melhores resultados possíveis) para chegar à maioria, por exemplo a da Católica para a RTP mostra que os socialistas conseguem somar 116 deputados não apenas em conjunto com o Bloco ou com a CDU, mas também com o PAN.

Também as projeções divulgadas pela SIC e pela TVI confirmam a possibilidade de bastar ao PS o apoio unipartidário do Bloco, da CDU ou do PAN para chegar à maioria absoluta, embora nem todos os intervalos contemplem essas possibilidades.

O conjunto das projeções mostram ainda que CDU e CDS arriscam perder em torno de uma dezena de mandatos relativamente aos deputados eleitos em 2015.

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Leitura rápida aos números das projeções:

- PS ganha com vitória clara, porém sem maioria absoluta. Seja qual for o cenário, vai reforçar o seu grupo parlamentar comparativamente ao atual que é composto por 86 deputados;

- PSD fica em segundo mas deve evitar uma hecatombe eleitoral e, no limiar máximo, pode até não ficar muito distante dos atuais 89 deputados;

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- Bloco consolida-se como terceira maior força política, restando a dúvida sobre se reforça a percentagem e o número de mandatos eleitos há quatro anos;

- CDU tem novo desaire eleitoral e arrisca ficar com menos de metade dos atuais 17 parlamentares;

- Também o CDS regista um novo mau resultado, devendo perder pelo menos um dezena de deputados, arriscando voltar aos tempos do "partido do táxi" e ser superado pelo PAN;

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- PAN garante novo "brilharete", crescendo não só em percentagem de votos mas, sobretudo, em mandatos;

- É já quase certo que o Parlamento tenha novos partidos. Além dos seis atualmente representados, as projeções assumem que Livre, Aliança, Iniciativa Liberal e Chega poderão, todos em simultâneo ou apenas alguns, obter assentos na Assembleia da República.

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(Notícia em atualização)

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