Gouveia e Melo confirma candidatura a Belém
A apresentação oficial será feita a 29 de maio, disse o almirante na reserva à Rádio Renascença. A situação geopolítica e a "instabilidade interna" foram apontadas como as razões principais para a candidatura.
O tabu está desfeito: Gouveia e Melo vai ser candidato a Belém, como se perspetivava. "A minha decisão é avançar com a candidatura à Presidência da República... Ela será anunciada formalmente no dia 29 de maio", disse o próprio à Rádio Renascença.
O ex-chefe do Estado Maior da Armada refere que foi a situação geopolítica, com os vários conflitos internacionais, e também a nova Administração nos EUA, que o convenceu em definitivo a avançar, sem esquecer a "instabilidade interna".
"A guerra da Ucrânia agravou-se, a tensão na Europa também se agravou, e a eleição do Sr. Trump como Presidente dos Estados Unidos da América veio alterar a configuração internacional", disse Gouveia e Melo.
A situação politica nacional, com as segundas eleições legislativas a realizarem-se em apenas um ano, também foi um fator decisivo para querer chegar ao Palácio de Belém. "Esta instabilidade interna está aos olhos de todos nós, portugueses. Nós temos tido governos de curta duração, não temos conseguido ter uma governação estável e, num mundo em mudança, mudando a própria ordem internacional, com uma guerra na Europa e uma instabilidade que põe em causa a própria NATO, que põe em causa o futuro da ordem mundial, todas estas coisas fizeram-me refletir e contribuíram para a minha motivação para avançar", referiu.
Sobre o atual Presidente, rejeita comentar a sua atuação, mas assinala que são "pessoas muito diferentes e, caso os portugueses considerem que eu tenho condições para ser Presidente da República, a minha forma de atuar será muito diferente do atual Presidente".
Gouveia e Melo também se pronunciou sobre as eleições do próximo domingo, mas rejeita influenciar a campanha, apesar de ter revelado a intenção de se candidatar a Belém a poucos dias das legislativas. "Tenho a expectativa de que os portugueses a escolham bem qual é a governação e o tipo de governação que querem para o futuro. Eu tento não influenciar, em eleições que têm a ver com os partidos políticos."
Depois de Luís Marques Mendes, que anunciou a candidatura em fevereiro, Gouveia e Melo é o segundo dos principais candidatos a Belém, apontados nas sondagens como favoritos, a avançar.
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