O que está a correr bem e mal na saúde em 10 gráficos

O SNS está a oferecer mais cuidados mas persistem vários problemas. Em 10 gráficos veja o que está a correr bem e mal na saúde.
Sara Matos
Rui Peres Jorge e Bruno Simões 23 de Dezembro de 2017 às 10:00

Após o choque do ajustamento forçado pelo pedido de assistência financeira, o Serviço Nacional de Saúde está mais estabilizado e conta com um número crescente de consultas e intervenções cirúrgicas, bem como mais médicos e enfermeiros. A esperança média de vida após os 65 anos continua a comparar bem internacionalmente.   

PUB

 

O pior parece estar para trás na crise da saúde, mas o SNS continua com dificuldades. Os tempos de espera cresceram em 2016, as famílias são chamadas a um esforço financeiro significativo com a Saúde e o reforço de verbas no Orçamento nem chega para aumentar o peso do sector na economia.

PUB

 

Os 10 gráficos que mostram o que está a correr bem e mal na saúde

PUB
graficos
1/10

Oito situações onde o SNS responde bem e mal

PUB

Os números ajudam a perceber quanto é que se tem investido em Saúde nos últimos anos e também permitem perceber como é que Portugal compara com outros países nos cuidados de saúde que presta aos seus cidadãos. Estes oito indicadores - positivos do lado esquerdo e negativos do lado direito - retirados do Health at a Glance deste ano da OCDE dão mais pistas sobre o desempenho do SNS.

• Diabetes

PUB

Crianças entre as menos afectadas

As crianças portuguesas estavam, em 2015, entre as que eram menos afectadas pela diabetes de tipo I. Na OCDE, 1,2 crianças em cada mil, em média, sofria desta doença. Em Portugal, esse número era de 0,9 em cada mil. Parece ser uma inversão da tendência registada nos adultos: em 2015 9,9% dos adultos tinham diabetes acima da média de 7%.

PUB

0,9

Crianças com diabetes

PUB

As crianças portuguesas são das que menos sofrem de diabetes.

• Asma e doenças pulmonares

Portugal entre os melhores

PUB

Portugal é, a seguir ao Japão e à Itália, o país em que existem menos internamentos devido a asma ou doença pulmonar obstrutiva crónica. Em 2015, foram hospitalizadas 74 pessoas em cada 100 mil com estas doenças. A média da OCDE (35 países) é muito superior: 237 pessoas em cada 100 mil.

• Complicações cirúrgicas

Tratamentos são mais seguros

PUB

Em 2015, Portugal estava entre os países que apresentavam menos complicações relacionadas com cirurgias, pontuando melhor do que a média no que toca a corpos estranhos deixados dentro dos pacientes, na sépsis pós-operatória e especialmente na incidência de embolia pulmonar pós-operatória e trombose após cirurgia à anca ou ao joelho.

46

Tromboses por 100 mil altas

PUB

Após operação aos joelhos ou anca. A média da OCDE é de 357 tromboses.

• Obstetrícia

Nascimentos são dos mais seguros

PUB

A existência de traumas obstétricos é muito mais raro em Portugal do que na generalidade dos países da OCDE. Numa comparação com 21 países, Portugal é o quinto país em que existem menos complicações nas grávidas quando estas dão à luz em partos vaginais (não são avaliadas as cesarianas).

• Fractura da anca

Portugal demora mais a operar

PUB

Em 2015, Portugal estava entre os países da OCDE que mais demoravam a operar doentes com fractura da anca. Enquanto que na Noruega 96% dos pacientes eram alvo de intervenção nos primeiros dois dias, em Portugal só 46,5% dos doentes eram operados nesse período. Em 2005, Portugal operava quase 60% dos doentes nesses dois dias.

46.5%

Doentes com fractura da anca

PUB

São os doentes operados à anca em dois ou menos dias em Portugal.

• Demência

Prevalência é das mais altas da OCDE

PUB

A prevalência da demência em Portugal é a quarta mais alta entre os países da OCDE, o que espelha o envelhecimento da sociedade portuguesa. A organização estima que, este ano, 19,9 em cada mil portugueses sofra desta doença neurodegenerativa. Em 2037 já serão 31,3, terceira pior marca na OCDE.

• AVC

Mortalidade é das mais elevadas

PUB

A mortalidade em Portugal por acidentes vasculares cerebrais até um mês após o internamento é uma das mais elevadas da OCDE. No caso dos AVC isquémicos (85% do total), em que há uma interrupção na chegada de sangue ao cérebro, Portugal regista 9,9 mortes em cada 100 casos em 30 dias, acima da média da OCDE de 8,2 mortes.

9,9

Mortes em cada 100 casos

PUB

Há mais mortes em Portugal na sequência de AVC do que na OCDE.

• Cancro colo-rectal

Poucas melhorias desde 2005

PUB

Portugal está entre os países da OCDE onde se regista uma maior mortalidade devido a cancro colo-rectal, com 28,2 mortes em cada 100 mil pessoas. A melhoria neste indicador face a 2005 foi muito ligeira. A média da OCDE (35 países) é de 23,9 mortes por cada 100 mil pessoas.

Saber mais sobre...
Saber mais saúde sns
Pub
Pub
Pub