Margem dos cinco maiores bancos dispara 80% para 6,7 mil milhões

A diferença entre os juros pagos nos depósitos e cobrados nos créditos atingiu um recorde nos primeiros nove meses e empurrou os lucros consolidados dos bancos.
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Thierry Roge/Reuters
Hugo Neutel 11 de Novembro de 2023 às 11:24

Os cinco maiores bancos que operam em Portugal obtiveram, em conjunto, uma margem financeira de 6,7 mil milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, um encaixe 80% superior aos 3,8 mil milhões verificados no período homólogo.

Terminadas as apresentações de resultados dos principais bancos que operam no pais, é possível concluir que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) e o BCP ficam quase empatados no pódio das instituições que mais beneficiaram da subida: ambos registaram uma margem de cerca de 2,1 mil milhões de euros, com uma vantagem muito ligeira para a instituição liderada por Miguel Maya. O Santander reportou um valor de mil milhões de euros, enquanto o Novo Banco alcançou 831 milhões e o BPI conseguiu 693 milhões.

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O valor recorde - apurado em termos consolidados e que engloba toda a atividade das instituições, incluindo no estrangeiro – explica-se em grande medida com os 5,4 mil milhões de euros obtidos em território nacional e acontece devido à subida das taxas de referência do Banco Central Europeu (BCE), que desde julho do ano passado já as alterou por dez vezes para tentar travar a inflação.

Em Portugal, a diferença entre os juros cobrados nos créditos e aqueles que os bancos pagam nos depósitos e outras fontes de financiamento atingiu 5,35 mil milhões de euros entre janeiro e Setembro, mais do que duplicando os 2,5 mil milhões apresentados no mesmo período de 2022.

O valor naquele ano foi uma evolução ligeira em relação à tendência dos cinco exercícios anteriores: de 2019 até agora, o encaixe com a margem financeira nos primeiros três trimestres de cada ano oscilou sempre entre 2,4 e 2,5 mil milhões de euros.

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Neste aspeto a CGD destaca-se. A margem financeira rendeu ao banco público 1,7 mil milhões de euros em Portugal. O valor é muito semelhante à soma das margens do BCP (1,1 mil milhões de euros) e do BPI (688 milhões) no mesmo período. O Novo Banco conseguiu 831 milhões, enquanto o Santander atingiu mil milhões.

Margem recorde dá lucro recorde

Os cinco maiores bancos viram a margem financeira impulsionar o lucro conjunto para o patamar de 3,3 mil milhões de euros entre janeiro e setembro. O número compara com os 1,9 mil milhões registados no mesmo período de 2022, num crescimento de cerca de 75%. Em 2021 o resultado líquido somado destas cinco instituições tinha atingido pouco mais de mil milhões de euros.

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A Caixa Geral de Depósitos destacou-se com um resultado próximo de mil milhões de euros. O BCP conseguiu 651 milhões, o Novo Banco apresentou 639 milhões e o Santander Totta lucrou 622 milhões de euros. O BPI atingiu 390 milhões.

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