Dias Loureiro explica negócio de Porto Rico

Questionado pelo PCP sobre a compra de duas empresas de tecnologia em Porto Rico, contra o parecer de quadros da própria Sociedade Lusa de Negócios (SLN), Dias Loureiro disse que iria contar a história de A a Z .
Maria João Gago 27 de Janeiro de 2009 às 18:53

Questionado pelo PCP sobre a compra de duas empresas de tecnologia em Porto Rico, contra o parecer de quadros da própria Sociedade Lusa de Negócios (SLN), Dias Loureiro disse que iria contar “a história de A a Z”. A aquisição das duas empresas de tecnologias, em Porto Rico, foi decidida por Dias Loureiro e Oliveira Costa, mesmo depois de pareceres contra a operação de quadros da própria SLN. Questionado sobre os contornos do negócios, Dias Loureiro disse que iria “contar a história de A a Z”.

O responsável explicou que em Abril/Maio de 2001, terá dito a Oliveira Costa que o negócio em Porto Rico era arriscado, pelo país em questão, mas recordou que a Redal, que operava naquele território, também era da EDP e da Dragados. Perante problemas em Marrocos, com as tarifas de água que a Redal poderia cobrar mediante autorização governamental (não havia autorização para subir preços), Dias Loureiro propôs venda da concessão a grupo chinês.

PUB

Mas a venda estava dependente de autorização do governo de Marrocos. Perante este problema, o responsável ligado à Dragados falou-lhe no libanês el-Assir, que teria bons contactos com Marrocos. El-Assir falou a Dias Loureiro numa máquina construída por uma fábrica em Porto Rico que era equivalente às máquinas multibanco. Dias Loureiro falou a Oliveira Costa que mandou Carlos Gonçalves, líder da Datacomp, falar com el-Assir sobre a máquina.

Veio entusiasmado e foram os três - Carlos Gonçalves, Dias Loureiro e Oliveira Costa, a Porto Rico. “Fomos ver a fábrica e bancos onde trabalhavam aquelas máquinas, como o Banco Popular e o BBVA. Havia um grande entusiasmo da SLN pois era o acesso a um novo mercado”.

Noutra viagem a Porto Rico, “tivemos uma reunião com um membro do governo para saber que apoios ao investimento” havia. Em Agosto foi feito um acordo preliminar de compra de 25% da Biometrics e de 75% da fábrica, além disso, foi assinado um acordo de investimento, para investir no desenvolvimento dessas máquinas. Há um adiamento de dinheiro da SLN, que seria de 4 milhões.

PUB

Perante o entusiasmo de Oliveira Costa, contratou-se Jorge Jordão para avaliar o negócio, que foi a Porto Rico e deu um parecer que levantava alguns problemas. Depois disso, os porto-ricanhos vieram a Lisboa responder a questões de Jorge Jordão e nessa mesma noite fechou-se o acordo final.

Problemas começam com necessidade de investimento superior ao estimado

Jorge Jordão foi então nomeado presidente da empresa. No ano seguinte, Jordão disse que o investimento necessário poderia ser superior ao acertado (36 milhões de dólares). Foi aqui que começaram os problemas entre os sócios de Porto Rico e a SLN. Oliveira Costa sugeriu que se cancelasse o pagamento das prestações de apoio ao investimento, perdendo os 38 milhões pagos inicialmente. Dias Loureiro diz que ainda foi a Porto Rico mas Oliveira Costa decidiu parar com o negócio, em meados de 2002. Na altura, já não era administrador executivo da SLN.

PUB

Antes disso, em Maio, havia que assinar as contas de 2001. “Eu, nessa altura, ainda era gestor executivo e perguntei onde é que estava registada a compra de Porto Rico. Oliveira Costa respondeu que a empresa estava parqueada num veículo (por isso não estava registada nas contas) e que depois seria colocada numa holding tecnológica destinada a ser cotada e bolsa”, acrescentou Dias Loureiro.

Pub
Pub
Pub