Famosa fabricante dos ovos Fabergé vendida por 50 milhões de dólares a investidor de tecnologia

A empresa de investimentos norte-americana é liderada por Sergei Mosunov, um investidor em startups. Estava nas mãos da Gemfields desde 2013.
Um ovo Fabergé e uma carruagem dourada em exposição.
EPA
Bárbara Cardoso 11 de Agosto de 2025 às 14:09

A fabricante das icónicas joias em forma de ovo foi vendida. A Fabergé passou das mãos dos britânicos da Gemfields, que adquiriram a empresa em 2013 por 142 milhões de dólares (cerca de 122 milhões de euros à taxa de câmbio atual), para os norte-americanos da SMG Capital, num acordo fixado em 50 milhões de dólares (cerca de 43 milhões de euros). 

A venda anunciada em dezembro do ano passado faz parte do plano de reestruturação da empresa que extrai pedras preciosas do continente africano e que enfrenta dificuldades devido à agitação política em Moçambique. A operação da empresa na mina de rubis no país está, aliás, congelada de forma temporária.

PUB

O novo dono da empresa vai estrear-se nesta área de investimento. Sergei Mosunov é um empresário russo, radicado no Reino Unido, com largos investimentos em startups, sobretudo ligadas à tecnologia.

A Fabergé foi fundada em 1842 por Gustav Fabergé e ficou conhecida pelo sucesso dos 50 ovos em joia encomendados pela família imperial russa entre 1885 e 1916. A Revolução Russa pôs fim ao negócio, que também fabrica outras joias de luxo, relógios e peças encomendadas, quando os bolcheviques tomaram conta das oficinas e encerraram a produção, levando a família a fugir para a Alemanha, Finlândia e Suíça.

A empresa só conseguiu reerguer-se em 2009, após o lançamento de mais uma coleção quase 100 anos depois. Ao longo dos últimos anos, a fabricante tem sido impactada pela queda das vendas no mercado de artigos de luxo: no ano passado, a faturação chegou aos 13,4 milhões de dólares, abaixo dos 15,7 milhões registados em 2023.

PUB

Sean Gilbertson, presidente executivo da Gemfields, descreveu o acordo como “o fim de uma era”. "A Fabergé desempenhou um papel fundamental na valorização das pedras preciosas coloridas extraídas pela Gemfields e certamente sentiremos falta da sua influência no marketing e do seu poder de estrela”, acrescentou, num comunicado publicado esta segunda-feira.

Já o novo dono, Mosunov, afirma que é uma "grande honra tornar-se o guardião de uma marca tão excepcional e mundialmente reconhecida". 

A Gemfields admite que vai financiar as operações em Moçambique e Zâmbia com os lucros da venda ao grupo norte-americano.

PUB


Pub
Pub
Pub