Restrições covid-19: mais de metade das empresas acusa impacto negativo na faturação. Emprego resiste
Mais de metade das empresas reportou um impacto negativo ou muito negativo na evolução do volume de negócios, indica o Instituto Nacional de Estatística, com base com o Inquérito Rápido e Excecional às Empresas a propósito da covid-19, referente a novembro.
A quebra no volume de negócios está associada à redução das encomendas ou clientes (59%) e às novas medidas de contenção (56%). Isto é uma tendência sentida por empresas de todas as dimensões. No caso do setor do Alojamento e restauração, estas percentagens sobem para 84% e 82%, respetivamente. Por outro lado, existem ainda cerca de 5% de empresas que afirmam que os impactos das medidas de contenção ou das encomendas e clientes foram positivos ou muito positivos.
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Questionadas sobre os apoios governamentais, a maioria das empresas beneficiárias avaliam as medidas como muito importantes para a sua situação de liquidez, sendo que as empresas que beneficiam atualmente de apoios anunciados pelo Governo devido à pandemia COVID-19 representam entre 19% e 30% do total. No caso do Alojamento e restauração, chegam a 50%.
Mais consensual é a preocupação acerca de novas restrições: 90% das empresas manifestam um grau de preocupação elevado ou moderado face a um agravamento ou prolongamento das medidas de contenção da pandemia a implementar pelo Governo.
Ainda assim, 84% das empresas não preveem o encerramento num cenário de agravamento das medidas de contenção da pandemia e de ausência de medidas adicionais de apoio. Em oposição, 16% das empresas estimam conseguir subsistir, em média, apenas cerca de 7 meses num tal cenário. Nas empresas do setor do Alojamento e restauração, esta percentagem situa-se em 42% e o tempo médio de subsistência em 5,3 meses.
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Pelo menos 40% das empresas consideram muito importante uma extensão das medidas de apoio do Governo face a um cenário de agravamento das medidas de contenção. No Alojamento e restauração, 90% e 79% das empresas consideram muito importante o alargamento ou reposição do layoff simplificado e a suspensão de obrigações fiscais e contributivas.
Empregos salvaguardados na maioria
De acordo com este inquérito, 85% das empresas deverão manter os postos de trabalho até ao final de 2020, embora 10% das empresas tenham planos para a sua redução. Há ainda 5% que estimam aumentar o número de colaboradores até final do ano.
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Já em 2021, 74% das empresas planeiam manter os postos de trabalho, enquanto 13% preveem reduzir pessoal e outros 13% estimam reforçar o número de trabalhadores.
No Alojamento e restauração, a proporção de empresas que planeia reduzir os postos de trabalho, quer até ao final do ano quer em 2021, ronda os 35%.
E depois da pandemia?
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Num cenário de controlo efetivo da pandemia em 2021, 34% das empresas consideram que a atividade já voltou ou voltará ao normal num intervalo médio de 9,8 meses. No mesmo contexto, 4% das empresas não preveem o retorno ao nível normal e 62% não conseguem antecipar se o seu volume de negócios voltará ou não ao nível normal.
Relativamente a alterações permanentes na forma de trabalhar motivadas pela pandemia, 59% das empresas consideram muito provável a redução do número de viagens de negócios e 31% o uso mais intensivo do teletrabalho.
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