Acionistas do Mediobanca dão "nega" ao Banca Generali. Acordo de 6 mil milhões cai por terra
Os acionistas do banco italiano Mediobanca decidiram rejeitar uma proposta para comprar o Banca Generali no valor de 6,3 mil milhões de euros, que tinha como objetivo evitar que o primeiro fosse alvo de uma aquisição hostil por parte do rival Monte dei Paschi di Siena, o banco mais antigo do mundo ainda em funcionamento. A proposta foi introduzida pelo CEO da instituição financeira, Alberto Nagel, mas acabou por ser aceite apenas por 35% dos investidores.
A Delfin, que detém o título de maior acionista do Mediobanca e que é controlada pela família Del Vecchio, decidiu abster-se na votação, enquanto o segundo maior acionista, Francesco Gaetano Caltagirone, decidiu rejeitar a proposta. Juntos, estes dois investidores têm cerca de 28% do capital do banco italiano.
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A primeira votação estava prevista ser realizada em junho deste ano, mas o CEO da instituição financeira decidiu adiar, numa primeira instância, o sufrágio para setembro, numa altura em que as negociações com o Banca Generali (que controla a seguradora Generali) estavam paradas. No entanto, com o último a mostrar-se mais recetivo, Nagel decidiu realizar a votação esta quinta-feira.
A rejeição da proposta não caiu nada bem ao CEO, que diz ter sido uma "oportunidade perdida" para alavancar o banco e o setor, atribuindo a derrota a um "claro conflito de interesses", referindo-se a investidores como a Delfin e o empresário Caltagirone, que têm participações no Banca Generali e no Monte dei Paschi di Siena. Esta não é a primeira vez que estes dois acionistas entram em rota de colisão com o CEO do Mediobanca, contabilizando-se já algumas tentativas para retirar Nagel da direção do banco italiano.
Os acionistas do Mediobanca têm agora até 8 de setembro para aceitar (ou não) a proposta de aquisição por parte do Monte dei Paschi di Siena - um sufrágio obrigatório segundo a lei italiana. Nagel já apelidou esta proposta de "sem sentido" e afirmou que a mesma tem apenas o objetivo de desvalorizar o valor da instituição financeira. A proposta avalia o Mediobanca em 13,3 mil milhões de euros, apesar de a capitalização bolsista do banco superar os 17 mil milhões.
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