BPI lucra 274 milhões com ajuda do BFA que vai vender
O BPI registou um lucro de 274 milhões de euros no primeiro semestre do ano, menos 16% do que no período homólogo. Mas teve no BFA uma almofada para a queda: o banco angolano contribuiu com 43 milhões de euros para o lucro, mais 5% do que no mesmo período de 2024. Sendo que a instituição portuguesa aponta para setembro a venda de quase 15% da instituição de Luanda – um processo a que foi obrigado, há vários anos, pelo Banco Central Europeu.
O resultado da atividade doméstica caiu 10%, atingindo 241 milhões de euros. O moçambicano BCI teve um contributo negativo de 10 milhões de euros - no primeiro semestre de 2024 tinha contribuído positivamente com 18 milhões de euros, mas as imparidades de 29 milhões relacionadas com o "downgrade" do rating da república levaram o número a negativos.
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A queda do lucro consolidado reflete a diminuição de 10% da margem financeira para 441 milhões de euros causada pela redução das taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE). As comissões tiveram também uma evolução negativa de 11%. Renderam 150 milhões de euros.
A carteira de crédito cresceu 7% para 32,4 mil milhões, mas não conseguiu compensar. Os empréstimos a empresas aumentaram 3% para 12,4 mil milhões de euros. O volume de crédito à habitação aumentou 6% e o crédito ao consumo seguiu em sentido contrário: desceu 6%.
CEO do BPI
O BPI concedeu 467 milhões de euros em 2.500 contratos de crédito à habitação ao abrigo do regime da garantia do Estado para apoio aos jovens até aos 35 anos na compra da primeira habitação. Usou 62% da quota e estima esgotá-la no curto prazo, admitindo pedir um reforço ao Governo.
No lado dos depósitos, a carteira cresceu 5% para 31,9 mil milhões de euros.
O BPI continua a ter rácios de capital acima do exigido: o CET 1 ("Common Equity Tier 1") atingiu 14% em junho, acima dos 9,4% exigidos pela supervisão.
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A Oferta Pública do angolano BFA vai acontecer no final de setembro, adiantou o CEO do BPI, confirmando assim a informação avançada pelo Negócios. João Pedro Oliveira e Costa espera que a situação vivida no país africano seja resolvida em breve e não perturbe o processo.
Ainda assim, não esconde os potenciais efeitos negativos do momento que Angola atravessa. "Não vou esconder alguma preocupação com a situação em Angola que pode não ser positiva para os investidores internacionais", disse, acrescentado, no entanto, que está convicto que a situação vai acalmar e que a oferta pública do BFA decorrerá nesse mês, mas estou convicto que este assunto irá suavizar e que o IPO decorra no final de setembro.
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"É a maior operação em Angola, das maiores operações em África", sublinhou.
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