Em lugar de passar por deprimido porque não lhe apetece sair à noite, ir a jantares do escritório ou a casamentos, anuncie com o melhor dos sorrisos que se reformou dessas atividades. Soa logo melhor.
A surpresa levou-me a vasculhar aquelas vidas para concluir, atónita, que nove dos 10 nunca na sua existência tinham trabalhado em algum lado que não fosse diretamente sustentado pelos nossos impostos.
Existe mesmo um Monopólio Batoteiro. Mesmo, mesmo. Que tem como objetivo roubar sem ser apanhado.
O excesso de culpa não leva a mais ação, mas apenas a um enorme sentimento de impotência. E o sentimento de impotência conduz-nos ao sofá. De braços cruzados, sozinhos e deprimidos, facilmente manipuláveis por aqueles que sabem fazer da culpa uma ideologia.
Os países com mais estudantes-trabalhadores são países mais ricos do que o nosso, mas onde os pais menos subsidiam os filhos — o que explica a sua necessidade de angariar fundos. Ou seja, porque é que aparentemente alimentamos até mais tarde a dependência?
Mario Draghi perdeu em todas as frentes, talvez seja por isso que António Costa prefere ir falando da “inflação” como se fosse um fenómeno meteorológico.
Na verdade, o que aconteceu na sexta-feira em Moscovo deveria ser mais do que suficiente para, deste lado do mundo, pormos todos a mão na consciência, cerrando fileiras.
Suponho que já alguém se deve ter dado ao trabalho de escrever um manual sobre os erros mais comuns cometidos pelos dirigentes que chegam para tomar controlo de uma empresa em pleno funcionamento, e mais importante, como os evitar.
Porque não colocar o enfoque nas vítimas, em todas as vítimas, perseguindo todos os predadores e encobridores, em lugar de atirar pedras só numa direção e dar o assunto por resolvido? Fico à espera da coragem de o fazerem.
Como é que é possível que um lugar Património Mundial há 30 anos continue a sofrer dos pecados mais básicos — filas intermináveis, estacionamento caótico, poluição e ruído dos tuk-tuks, que ainda não são obrigatoriamente elétricos.
Imagine-se que o país se tornou, de um dia para o outro, absolutamente infrequentável, e os candidatos aparentemente já não podem dormir sossegados sabendo que os seus óvulos correm o risco de implosão