"O meu presidente era Henrique Granadeiro", diz Pacheco de Melo

Luís Pacheco de Melo considera que, em Fevereiro e em Abril, agiu sempre sob o comando de Henrique Granadeiro. E lembra que Zeinal Bava estava já concentrado na Oi.
Luís Pacheco de Melo
Miguel Baltazar/Negócios
Diogo Cavaleiro e Miguel Baltazar - Fotografia 05 de Março de 2015 às 17:14

Luís Pacheco de Melo, ex-administrador financeiro (CFO) da PT SGPS e da PT Portugal, remeteu responsabilidades pelos investimentos da Portugal Telecom no Grupo Espírito Santo para o ex-presidente da PT SGPS. "O meu presidente era Henrique Granadeiro, tratei o assunto com Henrique Granadeiro".

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Esta quinta-feira, 5 de Março, na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES, Pacheco de Melo lembrou que há dois momentos específicos relativos à aplicação de excedentes de tesouraria da operadora no GES: Fevereiro e Abril de 2014.

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Em Fevereiro, a PT aceitou que, em vez de deter papel comercial da Espírito Santo International, passasse a possuir papel comercial da Rioforte. Pacheco de Melo contou aos deputados que Granadeiro lhe transmitiu que Salgado queria ter uma conversa sobre a aplicação na Rioforte em vez de na ESI. A reunião aconteceu para explicar as virtudes daquela mudança – o GES estava em reestruturação e queria que a Rioforte assumisse um papel mais importante no grupo, tendo em conta a inundação de dívidas na ESI.

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Granadeiro aqui sabia de tudo, disse. Já Zeinal Bava não. "O Sr. Engenheiro Zeinal Bava afirmou aqui que sempre teve conhecimento do tipo de aplicações que nós fazíamos junto dos Espírito Santo. No entanto, ele sai de presidente executivo em 2013 e, a partir dessa data, não comuniquei com Zeinal Bava especificamente sobre a mudança da ESI para a Rioforte em Fevereiro". "Não sei se alguém terá comunicado essa informação".

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Depois o segundo momento é Abril: aí, era necessário renovar os títulos de papel comercial da Rioforte por novos títulos da Rioforte. Pacheco de Melo aceitou, não se opôs.

 

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Nesse caso, o investimento foi decidido numa reunião a que foi com Amílcar Morais Pires, administrador financeiro da PT. Pacheco de Melo diz que foi reunir-se a mando de Granadeiro para "tratar da execução dessa operação". Aí, Morais Pires disse-lhe que Salgado tinha declarado que estaria tudo acordado com Granadeiro e Zeinal Bava. Mas não sabe se tal é verdade ou não.

 

A PT SGPS tinha 897 milhões de euros dos seus excedentes de tesouraria aplicados em dívida da Rioforte, que nunca foram reembolsados - o que acabou por ditar uma perda de força na combinação de negócios com a brasileira Oi. 

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