Empréstimos para compra de casa cresceram ao ritmo mais rápido dos últimos 17 anos

Os particulares continuam a pedir empréstimos bancários e aqueles que se destinam à compra de habitação mantém-se numa trajetória ascendente. Só em junho foram pedidos 1,5 mil milhões de euros para habitação.
Miguel Baltazar
Inês Pinto Miguel 25 de Julho de 2025 às 11:38

Os empréstimos a particulares continuam a crescer, principalmente no que diz respeito à habitação. Os empréstimos para habitação totalizaram 106,3 mil milhões de euros no fim de junho, significando um crescimento homólogo de 7,3%. De acordo com o Banco de Portugal (BdP), este é o ritmo de aceleração mais elevado desde agosto de 2008, ou seja, dos últimos 17 anos.

Em termos mensais, os empréstimos para a compra de casa deram um salto de 1.525 milhões de euros em junho.

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Já os empréstimos totais a particulares cresceram 7,4% face a junho de 2024, tratando-se também "da maior taxa de variação anual desde agosto de 2008", impulsionado pelos pedidos de crédito à habitação. 

Enquanto isso, os empréstimos ao consumo e para outros fins aumentou 235 milhões de euros em relação a maio, para um total de 32,7 mil milhões de euros. Face ao período homólogo significou um acréscimo de 7,9%, acima do que tinha sido registado no mês anterior.

O BdP detalha que, entre estes empréstimos, "o stock de crédito pessoal totalizava 13 mil milhões de euros, mais 70 milhões do que em maio, correspondendo a um crescimento de 7,3% relativamente ao mês homólogo". O crédito automóvel situou-se em 8,7 mil milhões de euros, significando mais 68 milhões de euros do que no mês precedente, e uma taxa de variação anual de 10,1%. 

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Por sua vez, "os cartões de crédito atingiram 3,3 mil milhões de euros, mais 52 milhões de euros do que em maio, e registaram uma taxa de variação anual de 9%".

Os empréstimos concedidos pelos bancos às empresas aumentaram 1082 milhões de euros em junho em relação ao mês anterior, totalizando 74,2 mil milhões de euros no fim de junho deste ano. 

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"O crescimento relativamente ao período homólogo foi de 3,6%, o mais elevado desde janeiro de 2022 e, pelo segundo mês consecutivo, acima da média da área do euro", indica o banco central português na sua análise.

As microempresas voltaram a ser as que pediram mais dinheiro aos bancos, num crescimento anual de 12,7%. As médias empresas continuaram a ter uma taxa de variação anual negativa, na ordem dos -2,1%.

O BdP revela que "acelerou o crédito ao setor das indústrias e eletricidade — que passou a apresentar uma taxa de variação anual positiva em junho (1,5%) — e ao setor da construção e atividades imobiliárias — cuja taxa de variação anual passou de 6,3% (em maio) para 7,1%". 

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No setor do alojamento e restauração os empréstimos concedidos aumentaram em 3,3,% face a junho de 2024 e o crédito concedido ao setor dos transportes caiu -2,9% em termos homólogos.

Os depósitos de particulares nas entidades bancárias portuguesas desaceleraram pelo oitavo mês consecutivo, apresentando um crescimento homólogo de 5,2%, depois de uma variação anual de 5,6% em maio.

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No fim de junho de 2025, os depósitos dos cidadãos totalizava 195,8 mil milhões de euros, um aumento de 1740 milhões de euros em relação ao mês anterior. Esta variação deveu-se a um crescimento de 1500 milhões das responsabilidades à vista, impulsionadas pelos depósitos à ordem, e do acréscimo de 240 milhões nos depósitos a prazo.

Já os depósitos das empresas caiu 274 milhões de euros no espaço de um mês, totalizando 70,3 mil milhões de euros em junho. Contudo, face a junho do ano passado, significou um aumento de 6,7%, inferior aos 7,1% que tinham sido observados em maio. 


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