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Banco de Portugal quer mais “lealdade” dos intermediários de crédito aos consumidores

Proposta do supervisor bancário para a Revisão do Regime Jurídico dos Intermediários de Crédito vai conter medidas para a transparência dos processos, incluindo a remuneração e a informação prestada aos clientes.

Ricardo Oliveira Sousa, diretor do Departamento de Supervisão Comportamental do Banco de Portugal
Ricardo Oliveira Sousa, diretor do Departamento de Supervisão Comportamental do Banco de Portugal João Cortesão / Jornal de Negócios
16:07

O Banco de Portugal (BdP) quer que os intermediários de crédito passem a ter mais regras de “lealdade” e prestação de informação aos consumidores.

Em causa está a revisão do Regime Jurídico dos Intermediários de Crédito (RJIC), um processo em curso e sem calendário definido mas que partirá de uma proposta a entregar pelo BdP ao Governo. O BdP conta fazê-lo até ao final do ano.

Na convenção nacional da Associação Nacional dos Intermediários de Crédito (ANICA), o diretor do Departamento de Supervisão Comportamental do Banco de Portugal passou em revista os pontos principais a incluir pelo supervisor na proposta depois de ter auscultado os vários "players" do setor.

E num deles, o da transparência da informação, afirmou que “apesar de em média os intermediários manterem uma média de cinco mutuantes [instituições financeiras com as quais trabalham e que concedem o crédito], a larga maioria [dos contratos] é feita com apenas uma ou duas instituições.

O consumidor pode pensar que está a contratar a melhor proposta mas está apenas a ver as escolhidas pelo intermediário. Ricardo Sousa
Diretor do Departamento de Supervisão Comportamental do BdP

Ricardo Sousa alerta que “o consumidor pode pensar que está a contratar a melhor proposta mas está apenas a ver as escolhidas pelo intermediário”. Por isso, “o intermediário deve disponibilizar a mesma informação que o consumidor teria na instituição financeira”.

Os intermediários, defende o responsável, “estão obrigados a um dever de lealdade”.

“Não age assim quem argumentando representar cinco mutuantes, dirige créditos para apenas um ou dois, baseado nos seus próprios interesses”, atirou.

O BdP também quer ver melhorada a transparência da remuneração dos intermediários: "A remuneração deve ser comunicada ao consumidor em simultânneo com a ficha de informação normalizada", avança Ricardo Sousa, acrescentando outra adição que o BdP qujer ver plasmada no RJIC: "A remuneração em espécie deve deixar de poder ser entregue a responsáveis técnicos" dos intermediários. Ou seja: os bancos deixam de poder entregar prémios aos funcionários dos intermediários.  

Na primeira metade deste ano, mais de metade do crédito à habitação concedido teve o envolvimento de intermediários de crédito.

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