BBVA "dá tudo" para garantir aceitação da OPA sobre Sabadell
São quinze as medidas tomadas pelo BBVA como tentativa de garantir que os acionistas do Sabadell aprovem a OPA sobre o banco, que vão desde campanhas publicitárias a reuniões com institucionais e particulares. Os acionistas do Sabadell têm um mês para decidir se aceitam a proposta do BBVA.
- 1
- ...
Arrancou esta segunda-feira, 8 de setembro, o período de aceitação da oferta pública de aquisição (OPA) do BBVA sobre o Banco Sabadell, um ano e meio depois de ter sido anunciada. E o BBVA parece estar a “fazer de tudo” para garantir que os cerca de 200 mil acionistas do banco catalão aceitam a oferta apresentada.
De acordo com informação avançada pelo jornal Expansión, o BBVA vai realizar eventos com investidores institucionais e de retalho, vai desenvolver atividades comerciais entre os clientes e oferecerá a opção de conceder uma “procuração especial” para os acionistas que aceitarem a OPA - opção que só deverá estar disponível para quem a solicitar especificamente.
A série de medidas – quinze no total – é complementada com campanhas publicitárias, cobertura mediática de vídeos, campanhas nas instalações do banco, além da publicação de comunicados de imprensa que informarão os acionistas e investidores sobre a oferta, bem como reuniões com acionistas institucionais e particulares.
Os investidores do Sabadell têm agora até 7 de outubro para decidir se aceitam a proposta de compra do BBVA. O banco de origem basca mantém a sua oferta – uma ação de nova emissão do BBVA por cada 5,5483 ações do Sabadell e 0,70 euros em dinheiro –, o que corresponde a cerca de 8% menos do que o Sabadell valia em bolsa na última sessão.
A operação foi aprovada na sexta-feira, 5 de setembro, pela Comisión Nacional del Mercado de Valores (CNMV), depois de o BBVA ter aceitado avançar com a oferta mesmo se apenas conseguir o "sim" de 30% dos acionistas do Sabadell - em vez dos 50% inicialmente estipulados pela instituição financeira. Caso o BBVA só consiga assegurar uma participação de 30% no Sabadell, pode vir a ser obrigado a lançar uma nova OPA, totalmente em dinheiro, para aumentar a posição para 50%, segundo o El Economista.
Este processo de aquisição tem estado envolto em polémicas desde que o BBVA demonstrou interesse pelo Sabadell, com o Governo espanhol à mistura. Em meados de julho, o banco basco avançou com uma ação no Supremo Tribunal de Justiça de Espanha contra as condições impostas pelo Executivo de Pedro Sánchez para que a operação se concretize. O ministro da Economia do país vizinho quer garantir que a OPA não leva ao desaparecimento do Sabadell nos próximos três anos – podendo esta medida ser prorrogada por mais dois anos.
"Isto não constitui um obstáculo ao avanço do processo de integração a nível europeu e da União Bancária. Estamos a proteger os interesses gerais numa transação doméstica", explicou, na altura, Carlos Cuerpo, que acredita que esta é uma "condição proporcional e equilibrada que não impede o avanço do processo". Apesar de o BBVA não ter o mesmo entendimento, o banco garantiu que esta ação legal não terá qualquer influência na execução da OPA.
Mais lidas