Black Friday: "Há muitas empresas que incorrem em ilegalidade"
Já não há praticamente nenhum negócio que não faça promoções da Black Friday, mas nem todos cumprem as regras. Além das burlas, cada vez mais profissionais, há também empresas que não respeitam as normas das promoções.
"O que a lei diz é que para ser considerado efetivamente uma promoção, os saldos têm que praticar um valor que é o mais baixo dos últimos 30 dias", explica o jurista da Deco Diogo Martins, em entrevista ao programa do Negócios no canal NOW. "Há muitas empresas que incorrem em ilegalidade e não praticam verdadeiramente o preço mais baixo dos últimos 30 dias", diz.
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O jurista aponta ainda para situações em que as lojas "induzem em erro ao indicar o preço de venda recomendado ao público como um grande desconto, mas não é bem assim". E deixa um exemplo prático: "Temos um produto agora a 500 euros e há mês e meio, efetivamente, estava a 550 euros, mas se calhar há dois ou três meses estava a 300 ou a 400 euros (...) Convém acompanhar [os preços] antes e perceber que também há melhores promoções, na maior parte dos casos depois do Natal".
Martins aconselha a "não ceder ao impulso" e a utilizar plataformas que permitem verificar a evolução dos preços praticados nos últimos 90 dias - a própria Deco tem um comparador de preços, mas há outras como a KuantoKusta e a Não Sejas Pato.
O jurista diz que os consumidores portugueses estão cada vez mais atentos e exigentes, o que tem feito subir as reclamações. "Os consumidores que têm-nos feito chegar muitas denúncias, é algo que não acontecia nos últimos anos", conta.
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E há motivo para isso, já que " burlas online estão cada vez mais profissionais" e já há imitações muito aproximadas de páginas de grandes marcas. "É preciso ter muito cuidado", frisa o jurista, que deixa alguns conselhos para detetar estas fraudes: "Verificar no site se o endereço é 'https', ver se há algum erro, algum número ou alguma letra a mais no link, verificar a página como deve ser, se tem algum número de identificação de pessoa coletiva, um link para o livro de reclamações, o livro de reclamações eletrónico, algum endereço físico, e desconfiar não só de preços muito baixos, mas também de lojas que nunca ouvimos falar".
Para minimizar os efeitos de uma potencial burla, a Deco recomenda cuidado com os métodos de pagamento. "Recorrer, por exemplo, à criação de um cartão virtual, através do home banking ou do MBWay, ou de um intermediário como o PayPal, porque se acontecer alguma coisa, ao menos, se perdermos algum valor, será só aquele valor e não estamos a comprometer os nossos dados bancários".
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