Vendas da Temu e Shein afundam nos EUA após aumento de preços em retaliação às tarifas
As plataformas de artigos chineses perderam fôlego nos Estados Unidos na semana em que decidiram aumentar os preços para combater as tarifas de Donald Trump. As vendas da Temu e da Shein caíram a dois dígitos depois de um ajuste para cobrir os custos das elevadas taxas aplicadas pelos EUA ao bloco asiático.
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A Shein registou uma quebra de 23% nas vendas nos EUA entre 25 de abril e 1 de maio, quando comparadas com os sete dias anteriores. Já as vendas da Temu recuaram 17% no mesmo período.
Os dados foram recolhidos pela Bloomberg e mostram que as medidas comerciais recíprocas, em resposta a Trump, podem afetar a popularidade destas plataformas.
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Este declínio contrasta com a corrida que tinha sido sentida em março e no início de abril, antes do ajuste de preços. Com conhecimento dos aumentos, os consumidores americanos optaram por acumular produtos, de forma a escapar à escalada dos valores a pagar.
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Esta é a primeira reação direta dos consumidores americanos ao aumento de preços decorrente das novas tarifas, que servem para combater a entrada desenfreada de produtos de baixo valor que estavam isentos de impostos, os chamados "minimis".
As tarifas americanas sobre as importações chinesas estão atualmente nos 145%, o que empurrou a confiança dos consumidores dos EUA para mínimos de quase cinco anos, isto num momento em que existem pressões do custo de vida.
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Contudo, há ainda o risco de novos aumentos para os consumidores americanos. O Walmart e a Target são dois exemplos de empresas que ainda não aumentaram os preços, e não há clarificação sobre essa possibilidade. Há, ainda assim, uma certeza: os fornecedores chineses recusam absorver o custo das tarifas, o que alimenta a incerteza sobre quem paga a conta final, se os retalhistas ou os consumidores.
Impacto vai além dos preços
Dependendo fortemente da cadeia de fornecimento na China, a única solução encontrada por estas empresas foi direcionar o impacto diretamente nos americanos.
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No entanto, a quebra nas vendas não é o único impacto sentido por estas empresas chinesas.
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A Shein, por exemplo, está a ver o seu IPO perder vapor, ainda que a um ritmo lento, depois de várias mudanças estratégicas entre Nova Iorque e Londres. A retalhista digital está agora a avaliar o impacto que o aumento dos preços pode ter na sua entrada em bolsa, ao mesmo tempo que aguarda aprovações do regulador.
Já a Temu está a planear alterar o seu modelo de funcionamento, que se tem mostrado um sucesso - isto até aumentar os preços. Por forma a contornar o problema, a plataforma chinesa está a estudar a possibilidade de vender produtos de fornecedores americanos no mercado americano.
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