Presidente da Federação Espanhola de Futebol mantém-se detido. Buscas prosseguem
Ángel María Villar foi na manhã desta terça-feira, 18 de Julho, detido pela polícia espanhola, juntamente com o seu filho Gorka Villar, o vice-presidente Juan Padrón e o secretário da federação, Ramón Hernández Bassou, numa operação policial denominada 'Soule' - uma referência a um jogo de origem francesa cujas origens remontam à Idade Média.
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As forças especiais da Guardia Civil (UCO) responsáveis pela investigação e combate às formas mais graves de delinquência e do crime organizado desconfiam que Ángel María Villar e o seu filho, Gorka Villar, realizaram operações em proveito próprio e em prejuízo dos cofres da FEF.
O dirigente da RFEF permanece na Cidade do Futebol, em Las Rozas, arredores de Madrid, onde decorrem buscar realizadas pela Guardia Civil.
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Villar, de 67 anos, que lidera o futebol espanhol há mais de três décadas, e os restantes responsáveis da RFEF são suspeitos de administração desleal, apropriação indevida, corrupção entre particulares, falsificação de documentos e ocultação de bens, crimes relativos à organização de partidas internacionais.
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Em causa estão alegados benefícios concedidos a empresas do filho de Ángel Villar, relacionados com jogos internacionais disputados pela seleção espanhola de futebol com outras equipas congéneres.
Fora da alçada da FIFA, o órgão de cúpula do futebol mundial, os jogos particulares são mais permeáveis a esquemas de corrupção.
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Gorka Villar, advogado de profissão, trabalhou recentemente na Confederação de Futebol da América do Sul (CONMEBOL) como director jurídico e posteriormente como adjunto de três presidentes que viriam a estar implicados na investigação levada a cabo pela justiça norte-americana que culminou na queda de Josep Blatter e de responsáveis da FIFA no mundo inteiro.
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Ángel María Villar foi reeleito no cargo de presidente da RFEF em maio passado para mais um período de quatro anos, estando já há 29 anos no lugar.
A FIFA afirmou, entretanto, estar à espera de mais dados para se pronunciar acerca da detenção do presidente RFEF, alegando "tratar-se de um assunto interno". "Uma vez que parece estar relacionado com assuntos internos da Federação Espanhola, esperamos ter mais informações a respeito do caso", declarou um porta-voz da FIFA, depois de Ángel María Villar, na presidência da RFEF há 29 anos, ter sido preso durante uma operação desencadeada hoje pelas forças especiais da Guardia Civil (UCO) de luta contra a corrupção.
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O presidente do Conselho Superior de Desportos (CSD), José Rámon Lete, disse, por seu turno, que a detenção de Villar demonstra que "o estado de direito funciona", mas prejudica imagem do desporto espanhol.
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Lete indicou que a detenção de Ángel María Villar, durante a manhã de hoje, prova que "o estado de direito funciona, as instituições funcionam, que os juízes estão a trabalhar e os corpos e forças de segurança também". "Vamos ser prudentes e estar expectantes nos próximos movimentos. Os processos são secretos e, portanto, não sabemos nada. Mas actuaremos com toda a contundência da lei", disse o presidente do CSD.
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