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Indemnização a tripulantes não afasta Lufthansa da TAP. Alemães reiteram "forte interesse"

A decisão judicial sobre os reembolsos a tripulantes pode implicar indemnizações de 200 a 300 milhões de euros, segundo o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil.

A TAP constituiu uma provisão de 41 milhões de euros para as indemnizações mas o custo pode ser muito superior.
A TAP constituiu uma provisão de 41 milhões de euros para as indemnizações mas o custo pode ser muito superior. Armando Franca/AP
17:38

O Grupo Lufthansa reiterou nesta sexta-feira o seu "forte e duradouro interesse" em adquirir uma participação na TAP, adiantando estar a analisar "cuidadosamente" o caderno de encargos publicado para o processo de privatização.

Questionada sobre se a sentença sobre reembolsos a tripulantes de cabine poderia levar a rever o valor da oferta, a Lufthansa limitou-se a confirmar o interesse e disse que está a avaliar a sua "potencial participação e investimento, em plena conformidade com o processo de venda e guiados pelo interesse estratégico na TAP".

O processo judicial, cuja sentença transitou em julgado, confirmou a nulidade de uma norma do antigo acordo coletivo de trabalho que discriminava trabalhadores com contratos a termo, podendo levar a indemnizações de 200 a 300 milhões de euros segundo o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), muito acima da provisão de 41 milhões constituída no início do ano pela TAP.

"Estamos atualmente a analisar o processo, a avaliar cuidadosamente o caderno de encargos publicado e a examinar todos os requisitos, tudo dentro do prazo de 60 dias" que tinha sido estipulado, acrescentou a mesma fonte.

Em setembro, a Lufthansa já tinha manifestado o interesse na privatização da TAP, destacando a ligação histórica através da Star Alliance e o investimento na fábrica de reparação de componentes e motores de aviões em Santa Maria da Feira, prevista para entrar em operação no final de 2027.

Estamos atualmente a analisar o processo, a avaliar cuidadosamente o caderno de encargos. Lufthansa
Fonte oficial

"Temos manifestado, de forma consistente, o nosso forte e duradouro interesse em adquirir uma participação na companhia aérea de bandeira portuguesa, a TAP Air Portugal. O Lufthansa Group apoia a consolidação das companhias aéreas europeias. Por isso, congratulamos vivamente o processo de privatização lançado pelo Governo português", reforçou hoje a mesma fonte oficial.

Quando questionados se iriam rever a sua oferta após a decisão judicial sobre reembolsos a tripulantes, a Air France-KLM limitou-se a reiterar o seu interesse no processo de privatização da TAP, enquanto a IAG (dona da Iberia e British Airways) não comentou.

O caderno de encargos prevê a venda de uma participação até 44,9% da TAP, com 5% do capital reservado aos trabalhadores, conforme a Lei das Privatizações, sendo que o futuro comprador terá direito de preferência sobre a fatia não subscrita.

De acordo com o calendário, os candidatos têm de enviar à Parpública, gestora das participações estatais, a sua declaração de interesse até 22 de novembro. O Governo prevê que o processo fique concluído no prazo de um ano, dependendo das autorizações de Bruxelas.

Até ao momento, Air France-KLM, IAG e Lufthansa foram as companhias aéreas que manifestaram publicamente o seu interesse, mas o processo de privatização também está aberto a potenciais investidores fora da Europa.

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