Londres não foge a tarifas dos EUA mas encaixa investimento tecnológico de 170 mil milhões
O Reino Unido continua com tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio e de 10% sobre a maioria dos restantes bens, mas conseguiu um negócio que pretende colocar a economia britânica na linha da frente a nível tecnológico.
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O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, recebeu o presidente norte-americano, Donald Trump, na sua residência oficial de campo e os dois assinaram um acordo que visa um investimento recorde no Reino Unido. Mesmo com várias tentativas de eliminar as tarifas de 25% dos EUA sobre o aço e alumínio, Starmer não conseguiu demover Trump, mas poderá ter ficado a ganhar.
Os dois líderes assinaram uma parceria tecnológica que visa atrair 150 mil milhões de libras (170 mil milhões de euros, à taxa de câmbio atual) em investimentos das gigantes, nomeadamente Microsoft, Google, OpenAI ou Nvidia, além da Blackstone. Significa ainda a criação de mais de 7.600 empregos qualificados.
Trump e Starmer assinaram um documento que aborda as relações bilaterais entre EUA e Reino Unido nas áreas de inteligência artificial (IA), computação quântica e energia nuclear.
Sabe-se que a maior parte do investimento será proveniente da gestora de investimentos Blackstone, que se comprometeu a investir 103,5 mil milhões de euros ao longo da década. Neste valor já está incluído o investimento de 10 mil milhões para a instalação de um centro de dados de IA, anunciado no início do ano.
A Microsoft vai avançar com 34,5 mil milhões de euros e a Google com um valor mais modesto, na ordem dos 5,75 mil milhões, embora o montante esteja diretamente ligado à inauguração do centro de dados. Fica por definir o valor que a OpenAI e a Nvidia vão fazer ao longo dos anos.
"Milhares de milhões de dólares em oportunidades para agricultores americanos venderem os seus produtos no Reino Unidos, as barreiras comerciais serão reduzidas e os fabricantes americanos terão melhor acesso à cadeia de fornecimento aeroespacial de classe mundial do Reino Unido", disse Trump.
O presidente americano lembrou o "vínculo inquebrável" entre o Reino Unido e os EUA, além da "preciosa herança" das relações internacionais. "Não existe aliança mais natural no mundo", vincou.
Já Keir Starmer adiantou que "estes investimentos são a prova da força económica do Reino Unido e um sinal claro de que o nosso país é aberto, ambicioso e está pronto para liderar. Prometi empregos, crescimento e oportunidades aos trabalhadores e é exatamente isso que esta visita de Estado proporcionou".
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