A Comissão Europeia propôs mobilizar 8,5 milhões de euros do Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização a favor dos Trabalhadores Despedidos para ajudar 5.800 trabalhadores despedidos na sequência da falência da fabricante de baterias sueca Northvolt.

Em comunicado, divulgado esta quinta-feira, Bruxelas indica que a Suécia candidatou-se ao apoio em junho. Ou seja, três meses depois de a Northvolt, fundada em 2016, ter entrado em falência, o que "levou à perda de quase 6.500 postos de trabalho", após ter "enfrentado grandes desafios de produção e excesso de oferta global no mercado de baterias".

O financiamento por parte do FEG procura "ajudar os trabalhadores a reintegrar rapidamente o mercado de trabalho e a adaptar as suas competências às indústrias emergentes no norte da Suécia" através de medidas como aconselhamento e orientação profissional, educação e formação, incluindo o apoio aos trabalhadores despedidos para lançarem as suas próprias empresas em fase de arranque".

O custo total estimado das medidas é de 14,2 milhões de euros, com 60% (8,5 milhões de euros) cobertos então pela Comissão Europeia, caso a proposta seja aprovada pelo Parlamento Europeu (via maioria simples) e pelo Conselho (através de maioria qualificada).

Já os restantes 40% serão financiados pelo Serviço Público de Emprego da Suécia. As autoridades suecas começaram a apoiar os trabalhadores em outubro de 2024, pouco depois dos primeiros despedimentos,  segundo o executivo comunitário que salienta que o FEG pode cobrir retroativamente estes custos. 

Desde 2007, o FEG interveio em 185 casos, afetando 719 milhões de euros a mais de 175.000 pessoas em 20 Estados-Membros.

O Governo da Suécia descartou a possibilidade de realizar um resgate financeiro para ajudar a equilibrar as contas da gigante de baterias elétricas Northvolt que, em 2021, tinha entrado numa "joint-venture" com a Galp para construir uma refinaria de lítio em Setúbal, o chamado projeto Aurora, que acabou desfeita.