Diário do Porto faliu ao fim de duas vidas em 192 anos. Está em leilão online por 777 mil euros
Quando o rei D. Pedro IV morreu, a 23 de setembro de 1834, deixou indicações de que queria confiar o coração "à heroica cidade do Porto, teatro da minha verdadeira glória", reportando-se à guerra civil que opôs os liberais, por si liderados, e os absolutistas do seu irmão D. Miguel.
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E assim aconteceu: o coração de D. Pedro IV mantém-se guardado numa urna de madeira na portuense Igreja de Nossa Senhora da Lapa.
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Ora, quando a guerra civil começou, em 1832, nascia na Invicta um jornal chamado Diário do Porto, que foi publicado durante 101 anos.
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Até que, em 1933, a empresa que editava o jornal converteu a sua atividade, em exclusivo, à indústria gráfica, nomeadamente à edição de obras científicas, literárias e artísticas.
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Ao fim de duas vidas em 192 anos, a Empresa Diário do Porto foi decretada insolvente há pouco mais de quatro meses, seguindo para liquidação, estando agora em leilão online.
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"A insolvente portuense tem em venda mais de uma centena de máquinas e equipamentos da indústria gráfica", anuncia a leiloeira Leilosoc, em comunicado.
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Os ativos da Empresa Diário do Porto estão em leilão eletrónico por um valor base de 777 euros, podendo rececionar ofertas individualizadas (lote a lote) e para a totalidade dos bens, com as licitações neste formato a arrancar nos em 530 mil euros.
Os investidores interessados podem encontrar nos 107 lotes máquinas e equipamentos para a indústria gráfica, equipamentos industriais, livros e catálogos, equipamentos de escritório, material informático, e veículos ligeiros de passageiros e de mercadorias.
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"Entre os ativos de apoio ao setor, destacam-se duas máquinas de impressão cinco cores com verniz e image control, da marca Heidelberg Speedmaster, com valores base de venda de 435 mil e 80 mil euros, respetivamente", destaca a Leilosoc.
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Incluem-se, ainda, máquinas de corte e vinco, de dobrar, de fechar caixas, de montar capas duras, de fazer revistas, de corte e vinco, de bruxar com guilhotina trilateral e transportador, de coser, de alcear cadernos, guilhotinas, entre outras.
Agrupados num lote único estão cerca de 900 livros, avaliados em dois mil.
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"Este conjunto de títulos com vários géneros reflete a diversidade editorial da Empresa Diário do Porto e constitui uma oportunidade para revendedores, colecionadores e amantes de literatura", realça a leiloeira.
Na sua história, a gráfica portuense teve clientes relevantes nos setores energético, cultural, municipal, industrial, retalho e da saúde, como a EDP, Serralves e a Casa da Música.
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