Feirense Neuce compra Argatintas e já tem 12 fábricas
Em Romariz, Santa Maria da Feira, mora a sede do segundo maior grupo ibérico do setor de tintas e vernizes, “ranking” que é liderado pela também portuguesa CIN. Trata-se da Neuce, empresa fundada em 1988 por Isidro Lopes, que já neste século criou um império formado por uma dúzia de fábricas em oito países, tendo nos últimos anos engrossado o portefólio com aquisições em Espanha e em Portugal.
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A última foi escriturada esta quarta-feira, 11 de maio – a compra da Argatintas, uma empresa com duas unidades industriais, em Famalicão e Leiria. Com uma produção anual de duas mil toneladas, sendo 85% de base aquosa e 15% de base solvente, a companhia famalicense agora vendida pelos irmãos André e Nuno Vieira de Castro fatura nove milhões de euros, emprega 53 pessoas, tem duas lojas próprias, em Faro e na Covilhã, e contabiliza perto de 300 revendedores.
“Fomos nós que abordámos a empresa para a sua aquisição e as negociações demoraram oito meses”, confidenciou Isidro Lopes ao Negócios. “A Argatintas é uma empresa estratégica para o crescimento do nosso grupo devido à posição que tem no mercado e à área ‘core’, que é muito alinhada com a nossa, ou seja, traz bastantes sinergias”, explicou.
100 milhões em 2022: “Não é otimismo, é real”
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Sobre o futuro da atual Argatintas, o dono da Neuce garantiu que “vai continuar tudo na mesma – as duas fábricas e os seus colaboradores, sendo que vamos projetar ainda mais a marca no mercado”, sinalizou. Fundada em 1980, com o nome de Argacol, foi em 1999 que os irmãos Vieira de Castro adquiriram a atual Argatintas, que viria a comprar a Novicor (em 2002), a J.P. Bastos (2007), a ANAR (2010) e a marca Garpintex (2012).
“Com esta nova aquisição, o volume de negócios do grupo Neuce ascende a 100 milhões de euros, reforçando a nossa posição de segundo maior grupo ibérico do setor”, realçou Isidro Lopes. Depois de ter consolidado vendas de 74,5 milhões de euros no último exercício, o empresário é taxativo na meta fixada para 2022: “A faturação este ano vai ascender a 100 milhões de euros. Não é otimismo, é real”, atirou. “Entre 102 e 104 milhões de euros...”
Somando os ativos da Argatintas, o grupo Neuce fica com uma capacidade de produção de 440 toneladas diárias, um efetivo de 620 trabalhadores, contando, sob a marca fundacional, com 68 lojas próprias, das quais apenas oito estão situadas em Portugal. Lopes não quis revelar o valor da sua última compra nem o peso dos mercados externos no volume de vendas do grupo feirense.
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Abrir fábricas em África e ir às compras na Ibéria
Chegada a 2007 com uma faturação de apenas oito milhões de euros, foi nesse ano que a Neuce começou a “pintar” o seu império industrial euro-africano, com a abertura de uma fábrica em Angola. Seguiu-se, dois anos depois, a instalação de uma unidade industrial em Moçambique.
Passados mais dois anos, abria na Ilha de Santiago, em Cabo Verde, a sua terceira no continente africano. O primeiro país não PALOP a acolher uma unidade fabril da Neuce foi o Gana, em 2014, seguindo-se a Costa do Marfim, em 2016, e o Quénia, em 2018.
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Na Península Ibérica, o grupo de Isidro Lopes tem andado às compras, na última meia dúzia de anos: em 2016 adquiriu a também feirense Dissoltin, em 2019 a catalã Cedria e, há pouco mais de um ano, duas empresas da igualmente catalã Titan – a atual Titan Powder Coatings Portugal, que tem fábrica na Maia, e a comercial Titan Powder Coatings Espanha, sediada em Barcelona.
Contas feitas, o grupo Neuce detém meia dúzia de fábricas em território ibérico e mais seis em outros tantos países africanos. E vai continuar às compras? “Obviamente”, respondeu, prontamente, Isidro Lopes. “Neste momento, estamos a olhar para duas oportunidades” , adiantou, sem identificar os alvos.
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