Mashable: a Net explicada à "geração conectada"
Como é que um blogue criado por um adolescente de 19 anos na sua casa na Escócia se torna num dos mais referenciados agregadores e produtores de notícias da área da Internet em todo o mundo, hoje com 34 milhões de leitores e 14 milhões de seguidores nas redes sociais? Com capacidade de adaptação e coragem do seu fundador, Peter Cashmore, e muito trabalho de uma equipa bem escolhida, explica Stan Schroeder, o editor europeu do "Mashable" a partir de Zagreb, na Croácia.
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"O Mashable [quando me juntei ao projecto, em 2007] já era bastante grande", explica Stan Schroeder, que foi contactado, e mais tarde contratado, pelo agregador ainda no início do projecto. "Quando cheguei com o meu blogue, já havia cinco ou seis blogues que estavam à frente do pelotão. E a Mashable era um deles. Eram ‘sites’ que estavam a escrever sobre todos novos serviços empolgantes como o Twitter e o Facebook – que na altura eram novidade".
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Na opinião do editor, o "Mashable foi bem sucedido, principalmente, porque Pete Cashmore, o fundador, não teve receio de se adaptar. Originalmente, o Mashable foi criado na Escócia, mas ele e o pai, ambos, mudaram-se para os EUA, para começar a sua companhia". Uma capacidade de adaptação extensível ao projecto: "a Mashable era, de início, sobre desenvolvimento da Internet e depois adaptámo-nos e expandimos a cobertura para redes sociais, e tudo o que era digital, a todas as conversas que estavam a ocorrer nos media sociais – é o que o Mashable faz hoje. Somos as notícias e os recursos para a ‘geração conectada’. Foi necessário coragem para levá-lo para o nível seguinte a cada dois anos. Vejo-o como uma paixão que foi crescendo".
O modelo de "bootstrapping"
De visita a Lisboa, Stan Schroeder explicou o modelo de financiamento da Mashable. "Bootstrapping", o que em empreendedorismo significa "que todo o dinheiro que ganha investe na companhia e usa-o para crescer. E é assim que o Mashable está a operar há oito anos e meio".
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O que quer dizer que os 13,3 milhões de euros que o Mashabble recebeu de financiamento recente irão para a abertura de novos escritórios em Los Angeles e Londres e para criar mais 50 postos de trabalho. Hoje, o agregador emprega 100 colaboradores em todo o mundo.
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A certa altura da sua vida, Stan Schroeder acumulou três empregos: para o jornal de tecnologias onde iniciou a carreira, para o seu próprio blogue (FranticIndustries) e para a Mashable. A companhia, na altura já sediada em Nova Iorque, decidiu contratá-lo pelo trabalho no seu "one man blogue".
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"Eu queria ser como o Mashable", admite. Acabou por ter de "descontinuar" os outros dois empregos para dedicar-se a tempo inteiro ao agregador de notícias, mas não se arrepende do tempo em que mal dormia.
"Sei que a economia está mal, mas quando oiço alguém a queixar-se mas que está somente num emprego, das 8h às 17h, e depois vai para casa sentar-se à frente da televisão - não sei, se calhar pode fazer alguma coisa extra, não? Às vezes, na vida, tem que se trabalhar 12 horas. E, depois, mais tarde, pode-se trabalhar cinco ou seis horas apenas.
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