Etiqueta energética passa a ser obrigatória para smartphones e tablets
Televisores, frigoríficos, arcas congeladoras, máquinas de lavar loiça, máquinas de lavar e secar roupa, lâmpadas LED. Há mais de 20 anos que as etiquetas energéticas dos eletrodomésticos ajudam os consumidores europeus a escolher aqueles que são mais eficientes em termos de consumo de eletricidade. Já a partir desta sexta-feira, smartphones e tablets são os novos equipamentos eletrónicos que se juntam à lista daqueles que são obrigados - pelo novo regulamento de rotulagem energética da UE, de 2023 - a exibir uma classificação entre A (verde escuro, mais eficiente) e G (vermelho, menos eficiente).
"A partir de 20 de junho, os smartphones e tablets vendidos na União Europeia estão sujeitos a requisitos de ecodesign e etiquetagem energética. O rótulo energético fornece aos consumidores novas informações, como a duração da bateria, o número de ciclos de carga durante a vida útil total da bateria e a facilidade de reparo do produto", explica a Adene - Agência para a Energia, em comunicado, dizendo que esta nova exigência surge no âmbito do projeto europeu Compliance Services. Além de beneficiar os consumidores finais, diz a agência que é tutelada pelo ministério do Ambiente e Energia, as novas regras incentivam as empresas a desenvolver "produtos mais eficientes, duráveis e reparáveis".
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Desta forma, os novos modelos de smartphones e tablets terão obrigatoriamente de apresentar uma etiqueta energética com a classe de eficiência energética e o grau de resistência a quedas repetidas e de reparabilidade dos dispositivos. A etiqueta informará ainda a duração da bateria por ciclo (em horas e minutos por carga completa) e o índice de proteção contra poeiras e água.
"Os requisitos de ecodesign estabelecem critérios mínimos de desempenho, nomeadamente resistência a quedas e riscos, proteção contra poeiras e água, baterias que suportem pelo menos 800 ciclos de carga mantendo 80% da capacidade e ainda obrigações para os fabricantes, tais como a garantia da disponibilidade de peças críticas sobresselentes durante sete anos após o fim da comercialização do modelo", acrescenta a Adene.
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Por seu lado, os fornecedores devem também assegurar a disponibilidade de atualizações do sistema operativo durante pelo menos cinco anos após a última colocação no mercado do respetivo modelo e garantir acesso não discriminatório a software e firmware para reparadores profissionais.
Na prática, os novos requisitos de ecodesign para smartphones e tablets vão impactar diretamente a conceção e o desempenho dos dispositivos, através da redução do tempo de carregamento da bateria, de 2,5 para 1,75 horas por dia, com aumento do tempo de carga lenta; redução do consumo anual de eletricidade, até 2030, na ordem dos 25% para smartphones topo de gama e de 23% para tablets; poupança estimada de 2,2 TWh de eletricidade em 2030, o que representa uma redução de 31% face a um cenário sem estas medidas.
"Em 2030, as poupanças combinadas de aquisição e energia na UE27 deverão atingir cerca de 20 mil milhões de euros, cerca de 98 euros por agregado familiar", estima a Adene no mesmo comunicado.
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Estas alterações derivam do Regulamento (EU) 2023/1670 (ecodesign) e Regulamento (EU) 2023/1669 (Etiquetagem energética) e aplicam-se a smartphones e telemóveis básicos que utilizem redes móveis ou por satélite e possuam ecrã tátil integrado entre 4 e 7 polegadas, bem como a tablets com ecrã entre 7 e 17,4 polegadas. Ficam excluídos portáteis híbridos, dispositivos com ecrã flexível e smartphones destinados a comunicações de alta segurança.
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