Fabricante da Ray-Ban ganha com procura por óculos inteligentes de Zuckerberg
Vendas na Europa aceleraram mais do que nos Estados Unidos, mas os óculos inteligentes da Meta só chegaram às lojas a meio do ano. EssilorLuxottica tem vindo a fazer aquisições de empresas que usam IA.
A EssilorLuxottica fez o negócio das próximas décadas. A fabricante da mítica marca Ray-Ban, conhecida por formato aviator, está a somar receitas à boleia da parceria que tem com a Meta.
As vendas da empresa franco-italiana aumentaram 11,7% no terceiro trimestre para 6.867 milhões de euros, superando o crescimento esperado pelos analistas. Estes ganhos foram impulsionados pelas vendas dos óculos inteligentes da dona do Facebook, que tem visto a utilização de tecnologia crescer nos últimos meses.
Entre julho e setembro, "o crescimento exponencial dos dispositivos 'wearables' proporcionou um impulso extra ao desempenho das receitas", revelam Francesco Milleri, "chairman" e CEO, e Paul du Saillant, vice-CEO da fabricante, em comunicado.
"Em setembro, tivemos o orgulho de revelar o nosso portefólio mais avançado de óculos com IA até o momento. Com as próximas gerações de óculos Ray-Ban Meta e Oakley Meta e com o Meta Ray-Ban Display, continuamos a ser pioneiros em inovação em dispositivos 'wearables' e a expandir os limites do potencial humano. Simultaneamente, estamos a acelerar as nossas ambições na área da tecnologia médica, reforçando a nossa liderança no tratamento da miopia com as lentes Stellest, que abriram uma nova categoria nos EUA após a autorização de comercialização da FDA", escrevem.
Estes dados evidenciam que a categoria está a ganhar força, e que o crescimento vai continuar no último trimestre do ano. Por exemplo, só as vendas trimestrais na América do Norte aumentaram 12,1% face a 2024, enquanto na região EMEA - Europa, Médio Oriente e África - cresceram 12,7%, depois destes "wearables" terem chegado a alguns países europeus.
É estimado que esta colaboração tenha gerado receitas de 365 milhões de euros para a dona da Ray-Ban em 2024, perspetivando-se ganhos de 800 milhões de euros para este ano, segundo as projeções do Barclays, citadas pela Bloomberg. No entanto, facilmente devem ultrapassar vendas de seis mil milhões de euros até 2030, altura em que o fabrico já estará mais estável e se espera que mais mercados recebam os óculos.
Esta semana, a EssilorLuxottica anunciou a aquisição da RetinAI, uma empresa especializada em IA e gestão de dados na área da saúde ocular, acrescentando-se à lista onde já contam o grupo Optegra, com mais de 70 centros de diagnóstico e hospitais oftalmológicos na Europa e a unidade sul-coreana PUcore, que desenvolve uma pequena molécula para lentes de contactos.
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