Lucros dos CTT caem 3,8% para 50,6 milhões até Setembro
Os CTT fecharam os nove primeiros meses do ano com lucros de 50,6 milhões de euros, uma queda de 3,8% face ao mesmo período do ano passado, segundo um comunicado emitido à CMVM esta quarta-feira, 4 de Novembro.
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Esta queda é justificada "por um conjunto de gastos não recorrentes de 7,7 milhões de euros, dos quais 4,8 milhões relacionados com o Banco CTT" o mais recente projecto da área financeira do grupo que deverá abrir portas ainda este ano. Além disso, o banco postal dos CTT "também já representou gastos recorrentes de 2,8 milhões de euros".
Excluindo estes gastos extra, os lucros teriam crescido 6,9% para 56,3 milhões de euros.
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"Temos um resultado relativo aos nove primeiros meses do ano sólido, que continua a tendência que temos vindo a registar", disse ao Negócios Francisco Lacerda, presidente dos CTT.
Para o gestor, "esta consistência da rentabilidade e dos custos de actividade permite apoiar o nascimento e implantação do Banco CTT", acrescentou o gestor, sem detalhar mais pormenores sobre a abertura do banco postal.
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"Será neste trimestre", disse Francisco Lacerda, relembrando que a implementação deste novo projecto do grupo será feito em duas fases: soft opening, ainda este trimestre, com o lançamento de alguns serviços do Banco CTT em alguns balcões e no primeiro trimestre do próximo ano "com um número de lojas alargado".
O restante valor destes gastos não recorrentes estão relacionados com o recente processo de redução de pessoal em Espanha.
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Já o EBITDA recorrente (antes de rendimentos e gastos não recorrentes) melhorou 3% para 104,8 milhões, contribuindo o segmento do correio com 70%, os serviços financeiros com 29% e o expresso e encomendas com 1%. "Excluindo os gastos recorrentes com o Banco CTT, o EBITDA (resultado antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) cresceu 5,8%em termos comparáveis", sublinha o grupo no comunicado.
No total, até Setembro, os proveitos dos CTT cresceram 1,9% para 538,1 milhões de euros.
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As receitas do segmento de Correios aumentaram 2,6% para 411 milhões de euros, em resultado do aumento do preço médio de 4,1% e do efeito cambial no correio internacional, apesar da queda do tráfego de correio em 3,1%.
O serviço Expresso e Encomendas seguiu a mesma tendência, com as receitas a aumentarem 2,2% para 96 milhões de euros impulsionadas pelo crescimento do tráfego em 4,6%.
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No campo financeiro, os rendimentos cresceram 6,3% para 57,9 milhões de euros, "mantendo esta alavanca como fundamental no crescimento global dos CTT e abrindo caminho para o Banco CTT", sublinha a empresa.
Neste segmento, os produtos de poupança destacam-se, tendo as captações superado os 3,4 mil milhões de euros com um aumento de rendimentos de 26,4% face aos primeiros nove meses de 2014.
Já o negócio de pagamentos e serviços destaca-se pela negativa, tendo mantido "o efeito negativo da oferta integrada dos operadores de telecomunicações, com forte redução dos pré-pagos e dos consequentes carregamentos".
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No que toca aos gastos financeiros, houve um aumento de 1,7% para 433,3 milhões de euros, "fundamentalmente devido à mensualização dos incentivos variáveis e aos aumentos salariais compensados parcialmente pela redução dos gastos decorrentes do novo plano de saúde".
No acumulado até Setembro o investimento dos CTT situou-se em 15,5 milhões de euros, um valor 206,2% superior ao registado no mesmo período de 2014 (+10,4%). O Banco CTT recebeu 9 milhões de euros deste bolo total.
Quanto ao memorando de entendimento com a Altice, dona da PT Portugal, os CTT adiantam que "foram iniciadas no terceiro trimestre as negociações no que toca ao detalha das parcerias comerciais específicas", nomeadamente a optimização conjunta das redes de retalho.
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(Notícia actualizada às 18:08)
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