Telecoms francesas exploram opção para 'desmembrar' SFR do dono da Altice
A operadora sob a insígnia da Altice France pode desaparecer, com as restantes empresas a tentar dividir os ativos entre si. Apesar da Altice em França ter uma dívida de 15,5 mil milhões de euros, SFR pode estar avaliada em 21 mil milhões.
As operadoras francesas estão a preparar-se para a consolidação do mercado das telecomunicações. A Orange, Bouygues e Free estão a explorar um "carve-up" (separação de ativos) conjunto à rival SFR, detida por Patrick Drahi, dono da Altice.
De acordo com o Financial Times, a separação da SFR seria liderada pela Bouygues ou pela Free, propriedade da Iliad, e posteriormente dividida entre as três operadoras. A Blackstone, KKR e Ardian estão entre os grupos de investimentos que já terão realizado negociações preliminares sobre opções de financiamento com pretendentes da SFR.
A SFR é a segunda maior operadora no mercado francês e os analistas da New Street Research, citados pelo FT, apontam para uma avaliação de 21 mil milhões de euros.
A venda da operadora de Drahi por partes vai fazer com que o número de operadoras a operar em França se fixe em três, permitindo uma consolidação do mercado das telecomunicações, como o mercado europeu tem vindo a pedir.
Patrick Drahi tem vindo a desmantelar o império que construiu, depois da dívida de 60 mil milhões de dólares contraída há uma década começar a pressionar as contas. O empresário conseguiu reestruturar as dívidas da empresa de telecomunicações, tendo inclusivamente vendido ativos para acalmar os credores.
A opção de separação de ativos está a ser explorada por Drahi, acreditando que consegue maximizar o preço da operadora e ainda evitar problemas de concorrência, sendo que o negócio poderia ser bloqueado caso uma operadora tentasse comprar a empresa por inteiro.
As operadoras interessadas nos ativos da SFR estão a estudar cenários de aquisição desde que a Altice France conseguiu reduzir a sua dívida de 24 mil milhões para 15,5 mil milhões de euros, embora isso tenha custado uma fatia de 45% da dona da SFR.
Mais lidas