Governo faz balanço positivo e remete para o fim do dia avaliação final dos serviços mínimos

O Ministro do Ambiente afirma que só na CLC em Aveiras e no Algarve não foram cumpridos os serviços mínimos, mas deixa um balanço final para o final do dia. Reafirma que quem não cumpre está a cometer um crime e admite que a requisição civil pode vir a ser alargada a outras zonas do país.
matos fernandes
Lusa
Filomena Lança 14 de Agosto de 2019 às 14:15

Se ao final do dia se verificar que não foram cumpridos os serviços mínimos, o Governo avançará com um alargamento da requisição civil afirmou ao início da tarde o ministro do Ambiente, Matos Fernandes, numa conferência de imprensa convocada para fazer um balanço da situação ao terceiro dia da greve dos motoristas de transportes de matérias perigosas.

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Até às 7 da manhã de hoje os serviços estavam a ser cumpridos "até com mais cargas", e depois "foi muito perturbadora a afirmação" do porta-voz do sindicato de que não iriam ser cumpridos os serviços mínimos, referiu o ministro. No entanto, depois de "um período de quase paragem entre as 7 e as 10 horas", verificou-se "uma recuperação em quase todos os locais de carga, menos em Aveiro", adiantou o ministro.

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Na Prio "é um dia absolutamente normal, com 84 cargas", o equivalente a mais de 100% das cargas; em Leça da Palmeira saíram 62 camiões, o que representa 50% da produtividade e em Sines registaram-se 33 saídas, 70% produtividade e estão a ser ultrapassados os serviços mínimos", contabilizou o ministro. Já na Companhia Logística de Combustíveis (CLC), em Aveiras de Cima, o número foi menor em percentagem, com 128 saídas, das quais 36 para o aeroporto, mas apenas 30%, e, portanto, abaixo dos 50% decretados de serviços mínimos.

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Ainda assim, Matos Fernandes considera que é cedo para fazer balanços definitivos. "Só no final do dia conseguimos saber se foram ou não cumpridos os serviços mínimos, sendo que nove equipas das Forças Armadas estão já a transportar combustível para o aeroporto de Lisboa", afirmou.

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"Um caso inequívoco" é o registado em Loulé, no transporte para o aeroporto de Faro, onde todos os motoristas faltaram ao trabalho, mas o aeroporto está a ser abastecido por elementos da GNR. Aqui, sublinhou o ministro, estamos perante "um caso grave de incumprimento".

 

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Para já, a rede de emergência tem os seus postos abastecidos e durante a noite 10 equipas das Forças Armadas transportaram combustível para o Algarve. Mesmo nos postos não urbanos , "onde a capilaridade de postos é menor a e portanto a inexistência de combustível num posto é mais preocupante, sabemos que em 67% dos postos têm combustível e 87% dos da rede de emergência  tem todos os combustíveis". Pelas contas do Governo, "há 197 postos vazios no espaço rural e da rede REPA não existe nenhum" sem combustível.  

 

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"Se até amanhã não forem cumpridos os serviços mínimos, com certeza que sim, a requisição civil será alargada a requisição civil. Mas a conta faz-se ao final do dia", acrescentou.

 

Os motoristas de matérias perigosas cumprem hoje o terceiro dia de greve e o dia começou com a situação a azedar, com o sindicato a afirmar que não iriam ser cumpridos os serviços mínimos e a requisição civil. "Ninguém vai cumprir nem serviços mínimos, nem requisição civil, não vão fazer absolutamente nada", anunciou Pardal Henriques, o porta-voz do sindicato. Uma declaração "profundamente lamentável", admitiu Matos Fernandes, sem nunca citar nomes.

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O extremar de posições aconteceu depois de ontem terem sido notificados 11 dos 14 motoristas que não cumpriram os serviços mínimos - três não foram encontrados. A estes juntam-se mais seis, que hoje não efetuaram o transporte para o aeroporto de Faro. "Incumprir é um crime de desobediência", lembrou o ministro. Feita a primeira notificação haverá ainda uma segunda, que "já indicia a prática de um crime" e depois os processos seguirão os trâmites normais.

Matos Fernandes recusou "fazer futurologia" quanto à dutação da greve e apelou às partes para que chegem a um entendimento. 

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