Trabalhadores pedem à Justiça para permitir recuperação dos Hotéis Tivoli
Um grupo de trabalhadores dos Hotéis Tivoli pediu esta quarta-feira, 7 de Outubro, à porta do tribunal "a resolução rápida" do plano de recuperação, que está paralisado devido ao arresto de bens do antigo Grupo Espírito Santo e por uma acção do Montepio.
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"Na sequência das notícias que têm surgido nos meios de comunicação social, relativas a um impasse no Processo Especial de Revitalização dos Hotéis Tivoli, vimos apelar a Vossa Excelência para uma resolução rápida deste dossiê", assinala a petição entregue na manhã desta quarta-feira por quatro funcionários (António Leitão, José Duarte, Sofia Moreira e Beatriz Sadio) no Tribunal da Relação.
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Num comunicado enviado na terça-feira, António Leitão indicava que o objectivo da iniciativa era o de "sensibilizar os tribunais para a urgência de concluir este processo". "O futuro da empresa e dos seus trabalhadores só depende da aprovação deste PER. Acreditamos que a marca tem todas as condições para continuar a ser uma referência no sector do turismo em Portugal", citava o documento.
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Na petição entregue no tribunal, com o juiz de direito encarregue do processo como destinatário, é assinalado que o plano de recuperação foi "aprovado por mais de 99% dos credores" e que este "prevê a continuidade da actividade e o crescimento da marca". Também é sublinhado que, em causa, estão 1.100 famílias e centenas de pequenas e médias empresas fornecedoras.
Administração aplaude
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"A administração da Tivoli Hotels & Resorts compreende e apoia a petição dos seus colaboradores", começa por dizer uma declaração do administrador Filipe Santiago, que também deixa um pedido à Justiça: "É necessário e urgente sairmos deste impasse". "Existe um plano de recuperação aprovado pelos credores que prevê a continuidade, investimento e expansão internacional da marca, com enormes benefícios para o grupo Tivoli, para os seus parceiros, para o turismo e para a economia nacional", continua o administrador.
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O grupo Tivoli SA solicitou a entrada em PER (para se recuperar) e o mesmo, que prevê a venda aos tailandeses da Minor, foi aprovado pelos credores. Contudo, sofreu um revés: foi determinado o arresto de bens ao Grupo Espírito Santo, para permitir o pagamento de indemnizações futuras, que terá afectado também activos do grupo hoteleiro. Algo que nunca foi confirmado oficialmente.
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Além disso, o PER da Tivoli SA sofreu um impacto por parte da Espírito Santo Hotéis, que era a "holding" através da qual o GES controlava os hotéis. A Espírito Santo Hotéis foi para a insolvência, com 106 milhões de euros em dívidas reclamadas. 60 milhões de euros eram devidos ao Montepio – que considerava que aquela dívida estava garantida pelas acções da Tivoli SA. O tribunal não reconheceu essa pretensão do grupo financeiro. Com a ES Hotéis em insolvência, o Montepio quis travar o PER da Tivoli SA. E, neste momento, esse aspecto está a travar a solução de venda da empresa hoteleira aos tailandeses.
(Notícia actualizada às 15h24 com posição da administração sobre iniciativa do grupo de trabalhadores)
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