Um quarto dos hotéis sem previsão para a reabertura
De portas fechadas e sem data para o próximo check-in. Segundo o mais recente inquérito da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), é este o cenário que se vive em dezenas de unidades hoteleiras de todo o país. Cerca de 45% dos estabelecimentos estão encerrados ou pretendem encerrar até ao final do ano. Destes, 23,7% não arriscam fazer previsões sobre a data de reabertura. Se 2020 já pode ser dado como um “ano perdido”, nas palavras da presidente da AHP, Cristina Siza Vieira, 2021 é, para já, o ano da incerteza.
PUB
De acordo com o inquérito, que decorreu entre 13 de novembro e 2 de dezembro e abrangeu 545 estabelecimentos, o mês de março é apontado pela maior parte dos hotéis encerrados (46,4%) como o mais provável para a reabertura. O setor vai passar o inverno em “hibernação”, sublinha Siza Vieira, sendo provável que procure tirar partido da Páscoa, que no próximo ano se celebra no início de abril.
Já o Carnaval, que se assinala a 16 de fevereiro, parece estar dado como perdido: menos de 10% dos hotéis contam reabrir em janeiro e fevereiro. Em média, as unidades hoteleiras antecipam um encerramento de quatro meses, a contar desde novembro. As perspetivas são mais pessimistas nos Açores, onde o tempo estimado de encerramento chega aos sete meses. “Será um longuíssimo inverno, e as previsões para a primavera são inexistentes”, admitiu Cristina Siza Vieira. No Algarve, os hoteleiros apontam para cinco meses de encerramento. É também o Sul do país que concentra a maior parte de estabelecimentos encerrados (65%), seguido da Madeira, com 57%.
PUB
Segundo as contas da AHP, as receitas do setor deverão cair 80% em 2020, estando as perdas estimadas em 3,6 mil milhões de euros. Já as dormidas deverão ser menos 46,4 milhões face a 2019.
Para ultrapassar o ano perdido, a associação hoteleira aponta baterias aos planos de vacinação dos principais mercados emissores de turistas. “Seria muito interessante que o reforço da imagem de Portugal e as campanhas de promoção nos mercados emissores estivessem alinhadas com os planos de vacinação desses mercados, pois sabemos que os critérios são distintos nos vários países”, defende Cristina Siza Vieira.
PUB
A responsável reconhece, porém, que o próximo ano será apenas “o princípio dos princípios” da retoma do turismo. “Se tivermos o dobro da atividade de 2020 ou metade da atividade de 2019 já será um ano bom.”
PUB
PUB
Saber mais sobre...
Saber mais Associação da Hotelaria de Portugal Cristina Siza Vieira AHP Portugal turismo hotelaria e alojamentosMais lidas
O Negócios recomenda