Sem recuo na inflação, Powell pede “paciência” com juros elevados

“O primeiro trimestre nos EUA foi notável pela falta de progressos adicionais na inflação”, afirmou o presidente da Reserva Federal, que mantém a política restritiva "durante o tempo que for apropriado". A economia do outro lado do Atlântico segue resiliente, mas Powell afasta nova subida das taxas de juro.
Evelyn Hockstein/Reuters
Bárbara Cardoso 14 de Maio de 2024 às 17:16

Os resultados do primeiro trimestre da economia dos Estados Unidos defraudaram as expectativas da Reserva Federal, que não vê progressos na inflação, o que não deixa alternativa ao banco central se não prolongar as taxas de juro elevadas até algum sinal de alívio. 

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Até lá, o presidente da Fed, Jerome Powell, pede "paciência". Num encontro internacional de banqueiros em Amesterdão, esta terça-feira, o número um do banco admitiu que não esperava que este fosse "um caminho tranquilo", mas que os dados da inflação até agora "foram mais altos do que o que alguém esperava". 

"O primeiro trimestre nos Estados Unidos foi notável pela falta de progressos adicionais na inflação. O que isso nos diz é que precisamos de ser pacientes e deixar que as políticas restritivas façam o seu trabalho", indicou.  

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A esperança é que a inflação caia mensalmente, mas só o tempo dirá se a política adotada é "suficientemente restritiva" para baixar a inflação aos 2%.

Ainda assim, Powell descansou os investidores ao garantir que uma nova subida dos juros diretores não está em cima da mesa e que, caso a inflação prossiga elevada e a economia norte-americana a ela resiliente, prefere manter a taxa "durante o tempo que for apropriado" no nível atual - entre 5,25% a 5,50%, o valor máximo de 23 anos. 

No entanto, em contracorrente seguem os dados atualizados dos números da inflação no produtor nos EUA, que não favorecem o cenário de flexibilização. Em abril, o indicador acelerou 0,5%, o que compara com uma estimativa de 0,3% dos analistas ouvidos pela Reuters. Em termos homólogos, a taxa subiu 2,2%, depois de no mês anterior ter sido de 1,8%.  

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"Misto". Esta foi a descrição de Powell sobre o relatório divulgado esta terça-feira, um dia antes de ser atualizado um dos indicadores mais importantes para a Fed avaliar a política monetária do país: o índice de preços no consumidor, ou IPC, na sigla em inglês.  

Os economistas consultados pela Bloomberg estimam que os preços subiram 3,4% face ao ano anterior, o que pode retirar força à onda de apostas dos investidores num primeiro corte das taxas de juro em setembro.  

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