BPI Equity Research: PT enfrenta "riscos reputacionais" com financiamento ao GES
A reputação da Portugal Telecom e da Oi, empresa brasileira com que se vai fundir, corre riscos, na óptica da casa de investimento do Banco BPI. O financiamento de 900 milhões de euros a sociedades do Grupo Espírito Santo, maior accionista do Banco Espírito Santo que, por sua vez, é o principal accionista da PT, é a causa para essa consideração.
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"Dadas as irregularidades detectadas na Espírito Santo International, uma sociedade do Grupo Espírito Santo e accionista a 100% da Rioforte, as dificuldades que o GES está a enfrentar e a controvérsia em torno do BES e do GES, vemos riscos reputacionais para a PT e Oi, já que estarão, de alguma forma, envolvidas nestas matérias devido aos acontecimentos mencionados na imprensa", escreve o analista Pedro Oliveira na nota de "research" desta sexta-feira, 27 de Junho, a que o Negócios teve acesso.
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O especialista do BPI Equity Research referia-se à notícia divulgada na quinta-feira, ao final do dia, pelo Expresso Diário, que dava conta que a Portugal Telecom investiu 900 milhões de euros em papel comercial emitido, numa altura de dificuldades, por sociedades do Grupo Espírito Santo.
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Em Abril, foi adquirido papel comercial da Rioforte, sociedade de topo do braço não financeiro do grupo, substituindo um investimento anteriormente feito na Espírito Santo International, que controla 100% da Rioforte. É para esta última que têm ido os investimentos feitos pela ESI, onde foram detectadas irregularidades relevantes numa auditoria feita pelo Banco de Portugal.
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Não tendo informação suficiente para avaliar os investimentos, e a sua capacidade para o reembolso por parte do GES à PT, o BPI Equity Research menciona apenas os riscos reputacionais pelo envolvimento da operadora nestas questões. Daí que comente que as notícias têm um impacto "negativo" nas acções da empresa presidida por Henrique Granadeiro. Os títulos recuam 3,18% para os 2,798 euros.
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A PT, que considera o investimento como sendo de curto prazo, não deverá manter o financiamento dado que o manteve até aqui, para depois financiar uma obrigação sua que vence em Agosto deste ano. Ou seja, o GES terá de ou reembolsar o título de dívida ou encontrar um novo(s) investidor(es).
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Esta questão está a conduzir às descidas por parte do BES e do ESFG, que detém 25,1% do capital do banco. A instituição financeira cede 5,04% para os 0,773 euros, tendo descido já a um mínimo desde Outubro de 2013, ao passo que a "holding", que também é detentora da Tranquilidade, recua 7,3% para 1,968 euros, estreando um novo mínimo desde que está em bolsa.
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Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.
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