Qual deveria ser então o approach do PSD? Apresentar um programa audaz e ambicioso, capaz de convencer o eleitorado, e dizer apenas que está preparado para mandar o PS para a oposição.
O mais importante numa Democracia é o escrutínio, nomeadamente garantir que o dinheiro dos impostos é corretamente gasto. No caso concreto, temos de assegurar que o dinheiro gasto vai mudar a zona do evento, como sucedeu com a Expo 98. E que isso (“palco” incluído) vai ter utilidade para Lisboa e Loures.
Há alguma justificação para torrar 3.200 milhões de euros na TAP quando chove em muitas escolas e quando se diz que não há dinheiro para fazer uma reforma (digna desse nome) na educação?
O mais grave da convenção, contudo, nem foram as dissensões internas. Foi a total ausência de discussão sobre o futuro do país: falou-se muito do partido e falou-se pouco daquilo que a IL tem para oferecer. Convém que os liberais não se esqueçam de que os partidos que se viram para o umbigo raramente crescem.
Pedro Nuno quer ser líder do PS e primeiro-ministro. Mas comete, frequentemente, lapsos que podem matar essa ambição. A forma como conduziu o “affair” TAP é um deles.
É mais uma manifestação de uma característica comum ao trajeto político de Medina. Na CML, não soube nada sobre a entrega de dados de manifestantes a embaixadas estrangeiras; Rússia incluída. No ministério, não soube nada sobre a indemnização a Alexandra Reis, de saída da TAP.
O pior desta “estória” mal contada do Socialismo é que o governo não consegue privatizar a empresa. As várias tentativas terminaram numa mão cheia de nada e a última foi chumbada, pelos termos que envolvia, pela Comissão Europeia.
Deixar matérias com este melindre mal esclarecidas mina a Democracia. O PR, até pela experiência política que tem, devia saber isso.
É o ADN dos Governos de António Costa: promete muito… e executa pouco. Alguém acredita que se a Endesa andasse a “roubar” o Estado, ganharia novamente o concurso para ser o principal fornecedor desse mesmo Estado?
A classe política falha na análise de quem deve ou não integrar o governo e, para sacudir a água do capote, tenta envolver nesse processo o PR, o Tribunal Constitucional e a PGR.
A Fladgate Partnership limitou-se a dizer que compreende a decisão de Rita Marques… Mas há uma lição que o líder, Adrian Bridge, deveria aprender com este episódio: não vale a pena fazer como a generalidade das empresas portuguesas, que vivem em concubinato com o Estado. Não compensa!